Movimento Viver o Concelho aposta em projetos solidários e sustentáveis

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O MVC promoveu uma visita à Mata Rainha D. Leonor, liderada por uma especialista em biodiversidade, e que permitiu aos participantes conhecer as espécies locais

Apesar da pandemia, o Movimento Viver o Concelho (MVC) não baixa os braços e depois de ter adaptado iniciativas, não faltam ideias para 2021 solidárias e relacionadas com a sustentabilidade

É nas fases mais difíceis como a que estamos a viver que “faz sentido a existência de uma associação cívica ativa e pronta para ajudar quem passa mais dificuldades”, considera Teresa Serrenho, presidente do Movimento Viver o Concelho (MVC), explicando que a associação que dirige chegou a pensar em ceder a sede para fazer testes ao novo coronavírus. Em relação às atividades, a dirigente diz que foi necessário repensar as mesmas e apostar nalguns eventos online.
“Neste momento estamos mais voltados para questões sociais e algumas ligadas ao ambiente”, disse a responsável, recordando que será patente na sede do MVC uma exposição de Zita Dantas que reverte a favor de causas sociais de Joaquim Sá, que faz refeições para desfavorecidos e também para Pedro Querido, um caldense que precisa de auxílio para os tratamentos médicos.
“A nossa missão não é apenas o auxílio social, mas temos gosto em pontualmente poder ajudar”, disse Teresa Serrenho, explicando que o MVC já promoveu recolhas de tampinhas e cobertores, em nome de causas sociais. Também já auxiliaram na renovação de uma casa de uma família carenciada com três crianças. Alguns dos seus projetos como “Os Admiráveis”, onde se reconhece entre pares pessoas que ajudam os outros, prossegue em formato online, inspirando também iniciativas similares noutras localidades.
Também o Clube de Leitura vai ganhar nova forma através da internet, assim como vai nascer um novo programa, “Património das Palavras”, que se vai dedicar não só a estudar autores conhecidos, cujas obras fazem parte do Plano Nacional de Leitura, mas também outros, menos conhecidos do público e que terão excertos dos textos em análise pela comunidade de leitores do movimento.
Estão igualmente a ser pensados projetos que envolvam os estrangeiros que vivem na região e que serão feitos em parceria com outras entidades locais.
“Valores da nossa terra” é outra das iniciativas que pretende valorizar e dar a conhecer melhor as freguesias das Caldas. Será feita em parceria com um jovem da Secundária Raul Proença e Juntas de Freguesia. Terá o intuito de promover o património local, material ou imaterial, até dando a conhecer as pessoas mais velhas que melhor conhecem o património local. Serão produzidos vídeos que posteriormente serão colocados online nas páginas da associação.

Espécies autóctones e invasoras
O MVC quer promover iniciativas relacionadas com o ambiente e a preservação das espécies. Recentemente foi feita uma visita à Mata, que foi coordenada por Alexandra Azevedo, autoras de livros sobre plantas comestíveis e sobre a diversidade de espécies autóctones.
“Fomos conhecer e provar algumas das espécies autóctones. Aprendemos também a reconhecer as que são invasoras e que ocupam os espaços”, contou Teresa Serrenho, que quer dar continuidade a estas iniciativas ligadas com o contato direto com a natureza.
O MVC, também ligado ao projeto das Hortas Urbanas, vai investir na área da Sustentabilidade e da Permacultura e será sob coordenação de Filipa Silva. Em 2021 vão surgir vários projetos ligados à sustentabilidade e à criação de espaços verdes na cidade. “As localidades têm que acautelar a presença de espaços naturais, não podem ser apenas de betão”, comentou a responsável pela associação cívica.
Está a ser pensada a criação de um banco de sementes, que já propuseram à vereadora do Ambiente. “Somos uma zona agrícola e é preciso acautelar o futuro e a continuidade de várias culturas”, disse a presidente do MVC. Para a criação deste banco, Teresa Serrenho gostaria de poder contar com parcerias com entidades locais que se preocupam igualmente com as questões da sustentabilidade e da preservação da biodiversidade das espécies locais e que o MVC pretende dar a conhecer em visitas e workshops. ■

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