Grupo de cidadãos contesta demora na execução do protocolo de cooperação assinado, em Julho do ano passado, entre a Câmara Municipal de Alcobaça e a Direção-Geral do Património Cultural. Instalação da Casa-Museu é sonho adiado há quase 30 anos

O Movimento cívico O Rebate exige a abertura da Casa-Museu Vieira Natividade, em Alcobaça, lamentando que um ano depois da assinatura do protocolo de cooperação entre a Câmara Municipal de Alcobaça e a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) com vista à instalação daquele equipamento, não tenha “existido qualquer espécie de continuidade” ao documento.
Numa carta aberta enviada ao presidente da Câmara, aquele movimento cívico, que integra, entre outros, António Natividade Almeida e Sousa, João Lisboa e José Aurélio, recorda que o protocolo entre a autarquia e a DGPC foi assinado a 10 de Julho de 2019 e tinha como objectivo prioritário “a reabilitação da Casa-Museu Vieira Natividade e do respetivo espólio ao que se seguiria, de imediato, a sua abertura ao público”. Contudo, o processo não avançou.
O Rebate lamenta, por outro lado, que a autarquia liderada por Paulo Inácio não tenha ainda indicado um representante para a Comissão Científica de acompanhamento e execução do programa museológico que consta no protocolo, o que travou os trabalhos daquele grupo desde 7 de Novembro do ano passado.
O movimento conclui que a Câmara de Alcobaça “a quem, muito justamente, se atribui o mérito da iniciativa” deste protocolo de cooperação, “está a inviabilizar a sua progressão ou, pelo menos, a provocar atrasos ao início dos trabalhos que lhe incumbem”.
“Esta atuação desprendida, displicente e ineficiente da autarquia e dos seus responsáveis máximos, causa-nos uma justificada indignação e estranheza”, frisam os proponentes na carta aberta, a que a Gazeta das Caldas teve acesso.
Para o movimento cívico O Rebate, a Câmara Municipal de Alcobaça “passou, assim, a fazer parte do problema em vez de o resolver”, o que “é lamentável”. “Quantos anos mais teremos de aguardar para o público poder usufruir deste importantíssimo marco cultural da nossa Cidade e da nossa Região?”, questiona este grupo de alcobacenses.
Contactada pela Gazeta, a Câmara Municipal de Alcobaça não se pronunciou sobre o assunto.
Há quase 30 anos que Leocádia Garcez Natividade, filha do arqueólogo Manuel Vieira Natividade, doou ao Estado um importante acervo museológico e um edifício junto ao Mosteiro, para ali ser instalada uma Casa-Museu, mas o projecto está por concretizar.

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