Mosteiro de Alcobaça com 4,4 milhões para obras

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Ministra da Cultura destacou a importância de, com estas verbas do PRR, se resolverem problemas identificados há décadas

Intervenção abrange requalificação do Claustro D. Dinis e do Jardim do Obelisco, entre outros espaços. Obras, que arrancam em 2023, permitem concretizar o plano diretor do monumento

A assinatura do protocolo decorreu no Claustro do Silêncio, com representantes da Câmara de Alcobaça e do Ministério da Cultura

Está dado mais um passo para a concretização do plano diretor do Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça, com a assinatura, no passado sábado, do contrato interadministrativo entre o Ministério da Cultura e a Câmara de Alcobaça, que disponibiliza uma verba de 4,4 milhões de euros, no âmbito do Plano de Recuperação e de Resiliência (PRR).
As obras no monumento devem arrancar no terceiro trimestre de 2023 e terminar no fim de 2024 e permitirão reabilitar a zona superior do antigo Paço Baçal, a ala norte do Claustro do Cardeal, requalificar espaços exteriores, o Claustro D. Dinis e o Jardim do Obelisco, além da reabilitação do auditório e a instalação de rede wi-fi pelo monumento.
A assinatura do documento deixou a diretora do Mosteiro “extremamente feliz”, uma vez que o contrato viabiliza “a execução do plano diretor do Mosteiro, que foi apresentado em 2016”.
A 1ª fase do plano diretor do monumento foi executada em 2019 e 2021, sendo financiada pelo Centro 2020. Além da intervenção na fachada, a intervenção consistiu na criação da nova portaria, da nova loja e na inversão do ciclo de visita, “com vantagens claras” para a fruição do Mosteiro e para a utilização da igreja, frisou Ana Pagará.
Com as verbas agora consignadas através do PRR, a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) pode concretizar o objetivo de “além da conservação, colocar ao usufruto público todo o monumento nas melhores condições possíveis de segurança, acessibilidades e interpretação”. Isto signfica que será possível “finalmente levar a cabo o núcleo museológico do Mosteiro”, que colocará à disposição do público as coleções de pintura e escultura em terracota, bem como o centro interpretativo do monumento, que explicará “a evolução deste território e do seu entendimento na contemporaneidade”
“Estas obras vão permitir melhorar as condições e os espaços para a criação artística e da potenciação da programação cultural de excelência que já acolhemos no Mosteiro, procurando uma programação ao longo de todo o ano e não apenas com os festivais de verão, como o Cistermúsica ou o Gravíssimo!”, nota a dirigente, que, deste modo, ambiciona ter no monumento “um espaço dedicado à cultura por excelência”.
A assinatura dos Contratos Interadministrativos de Cooperação entre a Direção-Geral do Património Cultural e o Município de Alcobaça contou com a presença, entre outros, da ministra da Cultura, que sublinhou “a oportunidade histórica que este investimento representa para resolver problemas identificados há décadas” um pouco por todo o país.
Graça Fonseca destacou o facto de, com os fundos do PRR, o Estado ter agora condições para intervir em 46 museus e monumentos a nível nacional, num montante de 243 milhões de euros, valorizando “o trabalho em conjunto entre Estado e autarquia, que já começou há uns meses”. “Aqui aconteceu a nossa história. O Mosteiro é nosso, é da humanidade, mas é fundamentalmente de quem cá vive”, frisou a governante, que ouviu ainda um apelo do presidente da Câmara para a necessidade de mais investimentos, nomeadamente no Mosteiro de Coz, que garantiu, recentemente, a reclassificação como Monumento Nacional, mas cujo telhado está em risco.
Segundo Hermínio Rodrigues, todo o monumento carece de uma intervenção, “mas é a cobertura da nave central que necessita de maior e mais urgente atenção, estando em estado avançado de deterioração.”
Na cerimónia, o autarca deixou um rasgado elogio à diretora do Mosteiro, Ana Pagará. “Merece todo o nosso reconhecimento”, atestou o presidente da Câmara, recordando o papel que a dirigente tem vindo a desempenhar nos últimos anos na salvaguarda do monumento.
Para o chefe do executivo municipal, a intervenção agora aprovada abre um novo ciclo, destacando a recuperação do Jardim do Obelisco “para ser cartão de visita de Alcobaça”, a que acresce o “singular hotel que está a ser construído”.

Pacto de integridade termina
Entretanto, tem lugar amanhã, sexta-feira, a Sessão de Encerramento do Pacto de Integridade, outorgado entre a Associação Transparência e Integridade e a DGPC, em 2018, no âmbito das obras de conservação e restauro no Mosteiro de Alcobaça.
Os trabalhos decorrem durante todo o dia e contam com uma visita às obras de adaptação e requalificação do Mosteiro, com uma apresentação formal sobre os resultados do projeto. ■

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