Mortalidade da pandemia cresce acima do ritmo de novos casos na região. Mas casos ativos reduziram na última semana
Os número da pandemia têm crescido em números muito elevados desde o início deste ano, mas o valor que mais cresceu em termos proporcionais foi o dos óbitos.
A número elevado de surtos em residências sociais para idosos e noutros serviços de apoio à terceira idade têm resultado, igualmente, na escalada da mortalidade entre estes casos.
Só em Torres Vedras, os surtos de covid-19 ativos em sete lares, mais o que se desencadeou no hospital de Torres Vedras, já causaram 106 mortos, anunciou o município torriense.
Já os surtos em instituições deste tipo naquele concelho desde o início do ano provocaram a morte a mais de 180 pessoas, às quais se juntam 44 do surto na unidade hospitalar do CHO.
Número de óbitos na região aumento 382,5% desde 31 de dezembro, enquanto os novos casos aumentaram 246,%. A taxa de mortalidade está nos 3,81%
Torres Vedras é o concelho com mais óbitos na região, 142 no total de acordo com boletim epidemiológico da OesteCIM desta terça-feira. No entanto, a mortalidade aumentou de forma generalizada.
A 9 de fevereiro a região contabilizava um total de 582 vítimas mortais associadas à pandemia, das 429 ocorreram desde o início do ano. Assim, em relação ao número que se verificava a 31 de dezembro, regista-se nos primeiros 39 dias do ano um aumento de 382,5%.
Este é um ritmo superior ao do aumento dos casos confirmados, que entre 31 de dezembro e 9 de fevereiro subiram 246,4%, de 8352 para 20583..
Isto significa que a taxa de mortalidade também subiu na região. A taxa de mortalidade relativa dos casos resolvidos (ou seja, o número de óbitos para cada doente recuperado) é de 3,81% a 9 de fevereiro, face aos 2,26% que se verificavam no último dia do ano passado.
Em relação aos concelhos, Óbidos é o que apresenta a taxa de mortalidade mais elevada (8,9%) – recorde-se que a primeira morte associada à covid-19 no concelho obidense só foi contabilizada a 1 de janeiro. Seguem-se Arruda dos Vinhos (6,2%) e Caldas da Rainha (5,3%). Bombarral e Lourinhã, com 4,2% e 4,1%, respetivamente, são os restantes concelhos acima da média da região. Nazaré, com 2,3%, é o que tem a taxa de mortalidade mais baixa.
Casos ativos reduzem
Analisando os números da semana da pandemia na região, ainda não há sinais claros que permitam baixar a guarda na luta contra o novo coronavírus. Já se observa uma redução do número de novos casos confirmados. Na última semana 1944 novos positivos casos, contra cerca de 3200 nos sete dias anteriores. Alenquer foi o concelho que contribuiu com mais novos casos de covid-19 (474), seguido de Alcobaça (387), Torres Vedras (263) e Caldas da Rainha (206). Entre os 100 e os 200 casos estão a Lourinhã (141) e Peniche (139) e abaixo dos 100 estão Óbidos (85), Arruda dos Vinhos (74), Bombarral (64) Sobral de Monte Agraço (54), Nazaré (31) e Cadaval (26).
Já o número de casos ativos sofreu mesmo uma redução na última semana, de 5968 para 5281, perto de 11,5%. Recuperaram mais 2515 pessoas, para um total de 14720.
Já o número de óbitos registados na última semana foi de 114, o mais elevado numa só semana desde o início da pandemia.
Na última semana registaram-se 1944 novos casos na região, menos 1256 do que na semana
anterior
Surtos ativos na região
Na fábrica de conservas ESIP, em Peniche, foram detetados 36 trabalhadores infetados com covid-19, num universo de 800, num surto que se iniciou a 1 de fevereiro e que entretanto estagnou. Aquela unidade já tinha testado todos os trabalhadores no início do ano, após uma pausa na produção entre o Natal e o Ano Novo, sem casos detetados.
Na Santa Casa da Misericórdia do Bombarral foram detetados 59 casos positivos, dos quais 30 entre utentes do Hospital Casimiro da Silva Marques, num surto que se iniciou a 8 de janeiro, e 23 profissionais. Deste surto resultaram 6 óbitos. O surto infetou ainda seis profissionais do serviço de apoio domiciliário.
Na Santa Casa da Misericórdia de Óbidos, um surto afetou 29 dos 40 utentes da ERPI, dos quais 12 faleceram, 4 ainda se encontram hospitalizados e 13 recuperaram, e 6 profissionais.
Entretanto, em Rio Maior a Cruz Vermelha criou um centro de triagem covid no pavilhão multiusos, em parceria com a autarquia local. O centro, que aguarda luz verde da autoridade de saúde, vai funcionar às quartas e sábados, das 9 às 13 horas, com testes por marcação.■
































