Moradores do Alto dos Moinhos queixam-se de lixeira

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Moradores do Alto dos Moinhos queixaram-se de uma lixeira no antigo areeiro do Saraiva, na estrada antiga para a Foz do Arelho. O proprietário do terreno mostrou que não há óleos nem outros produtos contaminantes e procedeu a uma “arrumação” para diminuir o impacto visual.

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Recentemente chegaram à Gazeta das Caldas queixas de moradores do Alto dos Moinhos em relação a uma lixeira no antigo areeiro do Saraiva, na estrada antiga para a Foz do Arelho.
Um dos moradores, de nome Arlindo Rosendo, disse à Gazeta das Caldas que estava preocupado com a situação. “Tem-se acentuado a lixeira e não sabemos o que está a ser enterrado ali ou se aquilo está legal”, queixou-se o morador.
Arlindo Rosendo aponta ainda o dedo à falta de resposta das autoridades. “Tive uma reunião com o presidente da Junta de Santo Onofre em Outubro do ano passado em que ele me disse que não sabia de nada e que ia ver”, contou, esclarecendo que nunca mais foi contactado.
Em Janeiro deste ano enviou cartas a pedir mais informações à Câmara das Caldas e à CCDR Lisboa e Vale do Tejo, mas até à data ninguém lhe respondeu.
Gazeta das Caldas falou com o proprietário do terreno, José Saraiva, que explicou que os resíduos no antigo areeiro são o resultado da sua actividade de receber ou comprar o que outros consideram lixo e depois vender.
Acontece que com a crise o mercado foi-se tornando cada vez mais escasso e, segundo o empresário, deixaram de existir empresas que adquiram este tipo de produtos e até que os aceitem gratuitamente. Ou seja, do que vai reunindo, vende o que consegue, despacha o que pode e o resto foi ficando.
José Saraiva aponta que os plásticos, por exemplo, deveriam ser melhor pagos. Nos últimos tempos deixaram de pagar e até de aceitar a sua deposição. “Os políticos deviam mexer na questão da reciclagem para que alguém adquira os plásticos para os aproveitar, porque não se podem enterrar, visto que ficam lá centenas de anos”.
O empresário abriu as portas do seu areeiro ao jornal, para que pudesse comprovar que não existem resíduos poluentes a serem enterrados e que não há quaisquer vestígios de óleo no local. “Eu gosto de aproveitar, porque no aproveitar é que está o lucro”, explica, realçando que o problema naquele terreno é o impacto visual. “Sei que as pessoas daquela zona são muito ciosas e acho bem, porque até a mim não me agrada a imagem que está a ali, mas na próxima semana vou dar uma arrumação na zona frontal para diminuir o impacto visual”, garantiu José Saraiva, tendo cumprido, como comprovam as imagens feitas já no início desta semana.
O material sintético foi colocado em contentores e o restante (plásticos) foi colocado mais para o interior do terreno até encontrar solução. O entulho vai manter-se para já, até ser triturado.
O empresário não sacode a água do capote, mas interroga-se porque é que “sempre que há eleições aparecem denúncias”.
Na última sessão de Câmara, o vereador socialista Jaime Neto questionou o executivo acerca deste assunto. Maria João Domingos, vereadora com o pelouro do ambiente, informou que já questionaram o SEPNA (Serviço de Protecção da Natureza), mas que não tinham obtido resposta.

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