Alguns moradores da Avenida da Independência Nacional queixam-se do abandono a que o local foi votado depois de inaugurada a obra de remodelação e o parque infantil. O principal problema actualmente é a falta de uma acção de limpeza, o que está a fazer com que os moradores levem a terra que se espalhou pela zona para o interior das suas casas. O que também preocupa quem ali mora é a falta de estacionamento, assim como os engarrafamentos que têm sido provocados pela recolha de lixo durante o dia.
João Figueiredo, representante de um condomínio daquela avenida, queixa-se que a zona nunca chegou a ser limpa e lamenta o estado em que ficou a ligação desta artéria com a Avenida 1.º de Maio, durante mais de dois meses com piso em pó de pedra, “obrigando os moradores a levar todos os dias essa mesma terra para casa”.
Esta sujidade agravou-se nas últimas semanas devido às sementes largadas pelos arbustos que a autarquia decidiu manter na zona. João Figueiredo chegou a sugerir à autarquia que as plantas fosse substituídas com a remodelação da avenida. Por um lado os técnicos responderam que estava previsto substituir todas as árvores infestantes por outras mais amigas, mas vim a saber que houve uma ordem dada no local pelo então presidente Fernando Costa para que se mantivessem as árvores, mesmo tendo em conta que algumas eram tóxicas, observou.
João Figueiredo diz também ter já feito chegar à autarquia críticas em relação ao horário de recolha do lixo, que estará a criar dificuldades no trânsito. Embora pareça uma medida inteligente para evitar eventuais horas extras ao município, prejudica muito mais as dezenas de utentes que perdem horas intermináveis a contemplar o trabalho dos outros, justifica.
A eliminação de lugares de estacionamento é outra questão que preocupa os moradores, principalmente devido à incerteza que paira sobre a construção de um novo parque de estacionamento subterrâneo.
As RESPOSTAS DA CÂMARA
Gazeta das Caldas contactou a Câmara Municipal, que deixou uma explicação para estas questões através do gabinete de imprensa.
O município lamenta não ser possível eliminar todos os transtornos que resultam das intervenções e garante estar a fazer os possíveis para que durem o menor tempo possível. Apesar de não ter respondido directamente em relação à falta de uma acção de limpeza das terras provenientes da ligação em pó de pedra entre a as avenidas da Independência Nacional e 1.º de Maio, a autarquia referiu que a colocação de betuminoso eliminou o problema até que sejam iniciadas as obras na Avenida 1.º de Maio, previstas para finais de Agosto.
Quanto ao problema da vegetação, a Câmara referiu que a que apresentava toxicidade foi retirada.
As árvores que não representavam qualquer risco para pessoas ou animais permaneceram no local porque, pela sua resistência, podem ser utilizadas em terrenos pouco favoráveis e com menos necessidade de rega. Os habitantes e utilizadores do espaço público podem ficar completamente tranquilos, reforçou.
Sobre a questão da eliminação de estacionamento naquela zona, o município garante que será compensada com a construção do parque subterrâneo na Praça 25 de Abril. O arranque da obra está ainda dependente da resolução de algumas questões por parte da empresa a quem a obra está adjudicada, mas estamos a contar com a sua breve solução, sublinhou a edilidade.
No que concerne aos problemas levantados pelos horários da recolha de lixo, a Câmara explica a necessidade de uma dupla recolha diária pela diminuição da bateria de contentores de seis para três, “de forma a minimizar o impacto visual”.
Há uma primeira recolha entre as 14h00 e as 15h00, a seguir ao período de almoço, em que há maior concentração de lixo. E uma segunda entre as 20h00 e as 22h00.
O município argumenta que só aconteceram paragens aquando das obras do Raul Proença, que entretanto já terminaram, três dias antes do prazo previsto, e que o mesmo poderá acontecer se houver carros mal estacionados.
Joel Ribeiro
jribeiro@gazetadascaldas.pt
































Mesmo assim, os moradores na cidade têm sorte porque têm pavimento.
Na povoação de Cabeço da Vela (Serra do Bouro), a rua principal está transformada numa estrada de terra batida, com um pó avermelhado que tudo emporcalha, desde que as obras de substituição de uma conduta foram terminadas há mais de um mês.
Este caso (e quantos mais haverá neste concelho, onde quem reside fora da cidade é praticamente cidadão de segunda categoria?!) bem poderia merecer a atenção da “Gazeta” se não vivesse acantonada dentro dos muros da cidade…