A escultura ao 16 de Março terá entre sete a oito metros de altura |Natacha Narciso
O monumento ao 16 de Março, que foi anunciado pela Câmara para 2016, também não será inaugurado este ano. É o próprio executivo que reconhece que não há condições para que isso aconteça, dado que há pormenores como a colocação da obra junto ao quartel, que ainda estão pendentes porque não foram tratados atempadamente.
Dois anos depois de anunciada, a obra alusiva ao Golpe das Caldas só deverá ser concretizada em 2018.
O monumento ao 16 de Março, que foi anunciado pela Câmara para 2016, também não será inaugurado em este ano. É o próprio executivo que reconhece que não há condições para que isso aconteça pois só muito recentemente a obra foi adjudicada ao escultor e falta ainda a autorização do Exército para a colocar junto à entrada da ESE. Só há poucos dias é que a Câmara pediu uma reunião à Escola de Sargentos do Exército (ESE) para pedir que o monumento escultórico fique na entrada principal do quartel.
A obra, que terá cerca de oito metros, foi encomendada ao escultor José de Santa Bárbara e homenageia os militares que a 16 de Março de 1974 saíram rumo a Lisboa para realizar um golpe que, apesar de falhado, viria a ser o prenúncio da revolução de Abril.
A vereadora da Cultura, Maria da Conceição Pereira, explicou à Gazeta das Caldas que ainda falta o acordo da ESE para a colocação da obra pois esta entidade precisa de autorização do Exército.
“Não sei se conseguiremos inaugurar a obra este ano, temos vários processos em andamento”, disse a vereadora, que, contudo, não explicou por que esteve este processo parado durante quase dois anos.
O custo total do projecto é de 60 mil euros. A obra, de grande envergadura, terá uma parte de construção civil (para a base), na qual será assente a escultura.
Mais optimista está o escultor José Santa-Bárbara, que afirmou à Gazeta das Caldas que acha que seria possível inaugurar a escultura pública no próximo mês de Março. “A obra só faz sentido em frente ao quartel, é lá que temos que a colocar”, afirmou o artista, que lamenta a lentidão inerente aos processos burocráticos.
Na impossibilidade de ser inaugurada a obra de arte pública, a vereadora Maria da Conceição Pereira diz que serão apresentadas outras formas de assinalar condignamente a efeméride.
Uma explosão de alegria
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O escultor José de Santa Bárbara será o autor da obra | Natacha Narciso
Em 2015 o município encomendou a obra comemorativa a José de Santa-Bárbara. Junto da peça, está prevista a criação de um centro interpretativo, onde serão colocadas placas explicativas sobre o Golpe.
A peça será feita em metal e terá negras placas de cerâmica que, segundo explicou o próprio escultor, significarão “o negrume das décadas da ditadura”. Terá ainda um canhão de onde saem estrelas e que simboliza “uma explosão de alegria”, contou o artista que tem família nas Caldas e que leccionou na Escola Comercial e Industrial e no Colégio Ramalho Ortigão. Foi ainda um dos artistas que trabalhou no Estúdio Secla, nos anos 60 e afirmou que era com prazer que estava a trabalhar neste monumento de um momento tão significativo e relacionado com a democracia portuguesa.