Montepio: Lista A responsabiliza Mesa da Assembleia pelo adiamento das eleições

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A Lista A – Projeto Montepio XXI, candidata às eleições do Montepio Rainha D. Leonor encabeçada pelo atual presidente da instituição, João Marques Pereira, emitiu esta sexta-feira um comunicado em sinal de “desapontamento” pelo adiamento da assembleia eleitoral na véspera da sua realização, prevista para esta sexta-feira, 16 de abril e que já “deveriam ter ocorrido em dezembro do ano passado”.

A lista aponta responsabilidades ao presidente da Mesa da Assembleia Geral, Carlos Aurélio Santos. “As eleições foram marcadas para o dia 18 de dezembro de 2020 e foram adiadas por um simples aviso, sem qualquer fundamentação lógica e estatutária. Foram remarcadas para uma altura em que a pandemia estava no pico e, finalmente, foram marcadas para dia 16 de abril de 2021, sem o cuidado de precaver a autorização, necessária e fundamental, das autoridades”, refere a Lista A.

Estes acontecimentos, “incluindo os atropelos da Lei e dos Estatutos”, sublinha, têm, no entender da Lista A, “colocado em causa a sustentabilidade financeira e prejudicado gravemente a honorabilidade desta instituição centenária”.

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A lista encabeçada por João Marques Pereira acrescenta que é, agora, necessário planear de forma adequada o próximo ato eleitoral, que se deve realizar “o mais rápido possível, de acordo com as regras de saúde”.

 

Mesa refuta acusações

Carlos Aurélio Santos, presidente da Mesa da Assembleia Geral do Montepio, refuta responsabilidades no adiamento das eleições. “Pedi autorização no devido tempo, nomeadamente à Autoridade Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, convoquei a assembleia com o tempo devido e foi às 15h15 que recebi o e-mail da Delegada de Saúde do ACeS a comunicar que a DGS tinha impedido a realização da assembleia”, explica o dirigente.

O presidente da Mesa da Assembleia Geral acrescenta ter contactado já a DGS e que a resposta foi, “claramente, que estavam a autorizar assembleias deste tipo e que não percebem o que aconteceu” neste caso. O dirigente lamenta, por isso, a postura da Lista A – Montepio XXI, “que sabia que eu estava a desenvolver todos os esforços para realizar a assembleia”.

Carlos Aurélio Santos acrescenta que “algo não está certo” para que a DGS tenha dado parecer desfavorável “à véspera” a uma assembleia-geral “com o cumprimento integral das normas, numa altura em que, por exemplo, os mercados vão poder reabrir”.

O presidente da Mesa da Assembleia Geral espera ter, oportunamente, condições para avançar com nova data com brevidade.

 

Lista B diz que adiamento não faz sentido

A Lista B – Por um Novo Montepio, também lamentou, através de uma comunicação nas redes sociais do candidato a presidente do conselho de administração, Francisco Rita, o adiamento do ato eleitoral. “Quatro meses depois de iniciar esta caminhada, ainda não conseguimos chegar ao destino”, referiu.

Francisco Rita diz que não faz sentido atribuir responsabilidades à Mesa da Assembleia Geral pelo adiamento da assembleia eleitoral, mas também não encontra justificação para que o parecer da DGS tenha sido negativo.

“Trata-se de uma assembleia que tradicionalmente não junta muita gente, porque a votação é realizada ao longo do dia. Apesar de estarmos em confinamento, este acaba esta segunda-feira e não estamos em zona de risco” realça o candidato. Além disso, as medidas impostas pela DGS “estavam integralmente cumpridas”, pelo que “há uma dualidade de critérios que não percebemos, a não ser que haja interferências secundárias”, afirma.

Francisco Rita lamenta que o impasse nas eleições se arraste desta forma, com as consequências negativas que daí advêm. “A nova gestão já devia ter sido ratificada há cinco meses, o que atrasa todo o desenvolvimento de projetos futuros”, afirma.

 

Presidente apela à união dos sócios

João Marques Pereira, enquanto presidente do conselho de administração do Montepio, emitiu igualmente um comunicado acerca do adiamento das eleições, realçando “o grande desconforto e preocupação com tudo o que levou a este estado de coisas”.

O dirigente realça que a instituição continua a prestar todos os serviços, com o maior cuidado possível, “suportado no profissionalismo dos seus funcionários e colaboradores”, mas manifesta preocupação quanto ao efeito que os sucessivos adiamentos do ato eleitoral possam ter na credibilidade do Montepio.

“Atravessamos um momento difícil e entendemos que o próximo ato eleitoral deve ser
marcado com ponderação e transparência, no respeito de todas as regras em vigor”, refere no comunicado, onde apela à união dos associados, “certos de que o espírito mutualista e progressista dos Associados, prevalecerá sobre este momento delicado”.

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