O projecto para a modernização da linha do Oeste que, segundo o governo, deveria estar concluído até ao final de 2016, ainda não está concluído e a expectativa é que só estará terminado no primeiro trimestre de 2018. Depois disso será necessário mais um ano para lançar o concurso público e iniciar as obras.
Mas segundo o Plano de Investimentos Ferroviários (Ferrovia 2020), que o governo apresentou em Fevereiro do ano passado, a (meia) modernização da linha do Oeste deveria arrancar já no último trimestre deste ano. Uma promessa que não será cumprida pois o projecto soma já um ano e meio de atraso.
Fonte oficial do Ministério do Planeamento e das Infraestruturas disse à Gazeta das Caldas que esta derrapagem nos prazos se deve a alterações ao projecto inicial, nomeadamente, a duplicação da linha em alguns troços (um entre Meleças e Pedra Furada e outro na zona da Malveira), o que exige uma nova avaliação de impacto ambiental.
A mesma fonte disse que estas alterações não estavam previstas no projecto da Infraestruturas de Portugal (IP) quando este governo tomou posse e que “o governo e a IP estão a trabalhar para reduzir o impacto desse estudo no desenvolvimento global do projecto”.
A modernização da linha do Oeste tem um orçamento previsto de 107 milhões de euros e deixa de fora o troço norte entre Caldas da Rainha e Louriçal.
CP quer comprar comboios híbridos
A CP está a preparar um plano de investimentos em material circulante que, se for aprovado pelo governo, prevê a aquisição de material híbrido para a linha do Oeste.
Trata-se de composições que tanto podem circular em linhas electrificadas como nas que não têm catenária pois têm tracção eléctrica e também motores diesel.
Num cenário em que a linha do Oeste estaria electrificada até às Caldas, esta solução permitiria, por exemplo, realizar comboios directos entre Lisboa e Coimbra: até Caldas da Rainha o comboio seria eléctrico e depois a diesel. Desta forma não haveria rupturas nem transbordos e poder-se-ia fazer mais facilmente comboios do Oeste para qualquer ponto do país.
Esta solução foi explicada pela administração da CP ao presidente da Câmara das Caldas, Tinta Ferreira, numa reunião recente que teve lugar em Lisboa.
Mas para o curto prazo a CP não tem soluções para o Oeste. Os comboios continuam a ser suprimidos e nem sempre a empresa assegura transbordo rodoviário. Na semana passada duas automotoras circulavam cada uma com um só motor porque o segundo estava avariado.
A empresa diz que está a tentar aumentar a capacidade operacional da EMEF (empresa responsável pela manutenção dos comboios) para que as reparações possam ser mais céleres e as automotoras não fiquem muito tempo imobilizadas nas oficinas.
No entanto, como o material é velho, é de esperar que, por muito esforço que se faça na sua manutenção, este deverá continuara avariar.