A mochila de combate a incêndios que os Bombeiros de Óbidos criaram está a passar com distinção esta primeira fase crítica de combate a incêndios. Trata-se de uma mochila para transporte de três litros de água, equipamento de comunicação e de protecção pessoal que custa menos de metade dos artigos semelhantes à venda em Portugal.
À Gazeta das Caldas, o comandante da corporação de Óbidos, Carlos Silva, explica que este é um projecto concluído mesmo antes do Verão, em parceria com uma empresa da Benedita com a qual já trabalhavam noutros projectos, mas cujo nome não quis revelar. A nova mochila, que cumpre a legislação portuguesa, permite não só reduzir os custos das corporações, mas também o uso de um equipamento mais operacional e mais cómodo durante o combate a incêndios florestais.
A ideia nasceu com a entrada em vigor da nova legislação que rege o equipamento de protecção individual e o equipamento de sustentabilidade dos bombeiros no combate aos incêndios florestais e com a dificuldade em encontrar mochilas que cumprissem a lei e fossem acessíveis. “As mais baratas que encontrámos custavam cerca de 150 euros”, diz o comandante.
A criação obidense está também a ser um sucesso junto de outras corporações de norte a sul do país. Os Bombeiros de Óbidos já venderam 200 mochilas, a 70 euros a unidade, a cerca de 20 corporações nacionais. E a possibilidade de vender esta criação a corporações estrangeiras esbarra apenas na mudança das legislações de cada país, o que pode tornar a mochila inadequada para usar além fronteiras.
Com apenas alguns meses de existência, esta mochila tem sofrido alterações consoante as sugestões dos bombeiros ou os pedidos das corporações que a compram. “Pode não ser uma perfeição, mas é para ir aperfeiçoando com as sugestões de todos”, diz Carlos Silva.
Para já, o comandante está satisfeito com a prestação do equipamento em plena época de incêndios. Não obstante este ter sido um Verão atípico, Óbidos não tem sido muito poupado no que diz respeito aos fogos. “Este ano já vamos com 35 hectares de área ardida, quando em 2013 não chegou a sete hectares”, afirma o responsável. E no terreno, a mochila “tem sido uma grande mais-valia”.
Com 90 bombeiros no activo, a corporação de Óbidos tem neste momento dez mochilas a uso. “Deviam ser mais, mas para usar esta mochila é preciso um abrigo de incêndios que custa entre 300 e 400 euros e neste momento não temos como comprar”, diz Carlos Silva.
Joana Fialho
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