
A iniciativa “Vozes pelo Hospital”, que termina com uma vigília, pretende contar com a participação dos cidadãos e convida-os a intervir publicamente
No sábado, 1 de abril, a partir das 16h00, terá início uma tarde de mobilização cívica e de música em defesa da construção de um novo hospital e que este fique localizado nas Caldas e Óbidos. Denominada “Vozes pelo hospital”, a iniciativa começa com animação de rua na cidade, partindo em direção ao Largo do Hospital Termal, onde se seguirão intervenções de todos quantos queiram participar e intervenções políticas. A tarde, que será pontuada de música, conta ainda com uma vigília pelo Hospital.
Marcada para decorrer onde, simbolicamente, a cidade foi fundada, a iniciativa pretende os cidadãos, “não só os do concelho mas todos aqueles que têm o mesmo sentimento que nós, da necessidade de um novo hospital e que a sua localização deve ser nas Caldas”, referiu o presidente da Câmara, Vítor Marques, na apresentação do evento.
Para breve, e em data ainda a anunciar, está prevista a apresentação pública do parecer técnico encomendado pela Câmara das Caldas e já entregue ao ministro da Saúde, à coordenadora do grupo de trabalho e também na OesteCIM. O autarca caldense justifica que tomaram esta posição “mais irreverente e mediática” depois de não terem obtido resposta às três audiências solicitadas ao ministro da Saúde.
O autarca lembrou ainda que pediram audiência ao primeiro-ministro, que transferiu para o ministro da Saúde e para o Presidente da República, que declinou também porque entende que “não é da sua esfera, o que para nós é um pouco estranho”, concretizou.
Vítor Marques garante que “não se trata de uma guerra nem estar contra ninguém” mas de “mostrar, de uma forma muito objetiva e técnica, que critérios têm de ser tidos em conta para se tomar uma decisão”.
A decisão final sobre a localização do novo hospital deveria ser conhecida no final de março, mas o Ministério da Saúde estendeu o prazo, no máximo por um mês, para poder analisar o parecer que foi pedido pela autarquia caldense. Já a semana passada foi entregue, na Assembleia da República, uma petição com cerca de 27 mil assinaturas – que tem como primeiro subscritor o socialista e ex-presidente da Câmara torriense, José Augusto Carvalho – a pedir que a localização do futuro hospital do Oeste seja decidida pelo Ministério da Saúde até ao final deste mês. Vítor Marques considera essa data curta. “Se a decisão for tomada até ao final do mês penso que não estão garantidas as condições para que isso seja feito e era grave. Uma boa decisão tem de ser sustentada”, defendeu.
Uma lona de apoio na Benedita
As manifestações de apoio à construção do novo hospital nos terrenos localizados entre as Caldas e Óbidos têm vindo sobretudo das forças políticas destes dois concelhos, e de Rio Maior, mas também da população. Inicialmente com a participação na petição entregue na Assembleia da República e, a semana passada, com a colocação de uma lona num prédio da Benedita. Uma iniciativa “100% privada e apolítica”, explica Joaquim Silva, que a pagou com o seu dinheiro e colocou no prédio com a ajuda de amigos. “É pelos beneditenses e turquelenses”, diz, acrescentando que, com esta ação pública, pretendeu alertar as pessoas que diariamente ali passam para um “tema atual que, de todo, era desconhecido pela população”, devido ao “silêncio absurdo” por parte do município de Alcobaça e das juntas de Freguesia da Benedita e de Turquel.
O beneditense defende esta localização pela “lógica natural das coisas”, referindo que as Caldas tem muita tradição na prestação de serviços de saúde aos beneditenses e turquelenses, seja no hospital, no Montepio e nos diversos serviços que existem nesta cidade. “Atualmente ao nível da maternidade as Caldas é uma referência para as populações do sul do concelho de Alcobaça”, salienta. E, referindo-se à localização do novo equipamento, diz mesmo: “todo o território abrangido pelo futuro hospital Oeste Norte ficará mal servido se este não for feito nas Caldas. Para o sul do concelho de Alcobaça então é catastrófico caso tenhamos de ir para a zona de Torres/Bombarral ou Leiria”.
Joaquim Silva reconhece que a população pouco se manifesta e são, sobretudo, os cidadãos na faixa etária dos 50, 60 anos, com pais e filhos a necessitar de cuidados de saúde, onde se inclui, que está mais atenta. E “estão decepcionados com esta atitude absurda e inqualificável do município de Alcobaça em vir falar de um não assunto que é o Hospital em Alfeizerão, e pelo silêncio da Junta de Freguesia da Benedita”, concretiza.
A faixa ficará no prédio durante o tempo “que for necessário” ou até o município de Alcobaça ou a Junta de Freguesia da Benedita o notifiquem para a retirar. ■






























