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Manuel Heitor, ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, esteve na ESAD na passada terça-feira, 10 de Maio e prometeu uma melhor articulação entre o seu ministério e os da Cultura e da Economia. O objectivo é permitir aos estudantes que possam seguir para instituições culturais e para empresas, pondo em prática o que aprenderam naquela escola.
Durante a visita o governante deixou claro que a ambição do IPL em transformar-se numa universidade não está na sua agenda.
Com duas horas de atraso em relação ao previsto, o ministro chegou à ESAD para conhecer vários dos seus espaços, com especial incidência nas oficinas. Sempre muito atento, o governante questionou o director interino da ESAD, Samuel Rama, sobre diversos temas, desde a proveniência dos estudantes, os horários que têm para poder trabalhar nas várias áreas da escola, até à interligação entre as várias escolas do Politécnico.
“Podem as salas de aula ficar abertas 24 horas?”, perguntou o ministro ao director da ESAD, quando este lhe explicava que os alunos podem trabalhar em várias áreas entre as 8h00 e a meia-noite. A essa pergunta quem respondeu foi Nuno Mangas, presidente do IPL afirmando: “Podem, quando o senhor nos der orçamento para a segurança!”. Um fait divers que marcou a visita, que decorreu em ambiente descontraído.
Manuel Heitor ficou também a saber que as Caldas da Rainha pretende candidatar-se a Cidade Criativa no âmbito da UNESCO com base na cerâmica do ponto de vista histórico e também como parte do seu futuro. A ESAD é parceira ao nível da produção de conteúdos e também irá realizar um evento bienal – Molda – que vai ter uma série de iniciativas, desde exposições a conferências e edições. O ministro a quem foi dada a conhecer, em primeira mão, a identidade daquele evento, quis de imediato saber se também as empresas da região estão envolvidas, ao que lhe foi dito que sim, tendo sido destacada a título de exemplo, a fábrica Molde.
“Articular ministérios beneficiará alunos”
“Estamos numa escola de referência nacional e de uma forma crescente, até internacional”, disse o ministro da Ciência, muito satisfeito por ter contactado coma área da impressão 3D. Na sua opinião, a ESAD pode contribuir para que as Caldas possa ser “um centro de atracção internacional e ser uma parceira importante para a região”, referiu.
Manuel Heitor considera que há uma boa ligação entre a autarquia e a escola, e que estas também têm ligação às empresas da região. Para o ministro esta é uma região que atrai conhecimento e que atrai pessoas e a ESAD “é o exemplo de uma escola verdadeiramente politécnica”.
Nuno Mangas referiu que a intenção de transformar o IPL numa universidade prende-se com a questão de poder leccionar doutoramentos, algo que por agora a legislação não permite. No entanto, segundo afirmou “não queremos deixar de fazer o que fazemos”. Só que, constituírem-se como universidade iria permitir a captação de estudantes no contexto internacional. “Eu diria que é um caminho que estamos a fazer e que já sabíamos que não iria ser fácil”, rematou o presidente do IPL.
Samuel Rama, director da ESAD, salientou que ficou estabelecido que o ministro quer uma maior articulação entre o seu ministério com o da Economia e também com o da Cultura. “Nós somos a escola do Politécnico que trabalha com estes três ministérios”, disse o director. A escola de artes caldense possui os cursos artísticos que precisam de articular com instituições culturais e cursos de design que precisam de trabalhar com a indústria. “Estão neste momento a ser criados grupos de trabalho inter-ministeriais e a ESAD vai ser envolvida nessa articulação”, disse o director, satisfeito com o facto de serem criadas estas novas pontes.
A visita do Politécnico de Leiria decorreu no âmbito da estratégia . O ministro conheceu as suas cinco escolas superiores, sobretudo os seus laboratórios ligados à Engenharia Automóvel, à Automação e Robótica, à Inclusão Digital e à Lingua Chinesa. Foram também visitados os centros de investigação para o Desenvolvimento Rápido e Sustentado de Produto e pelo Cetemares: Centro de I&D, Formação e Divulgação do Conhecimento Marítimo.
Já nas Caldas, o governante desafiou o IPL a liderar a criação de uma plataforma nacional que una universidades e empresas em volta das novas tecnologias de manufactura aditiva (esta permite criar peças e utensílios com recurso a software e à impressão 3D). O primeiro apelo teve lugar na Marinha Grande, já no decurso desta visita. Dada a experiência do IPL nesta área, esta escola poderá ter “o papel de charneira e de ponte entre as diferentes competências”, afirmou o ministro. Depois das Caldas, a visita terminou na ESTM em Peniche.
