O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, quer voltar às Caldas no início do próximo Inverno para inaugurar a nova urgência do Hospital, devendo esta começar a funcionar naquela época do ano mais problemática. O desejo foi manifestado pelo governante na cerimónia da tomada de posse do novo conselho de administração do Centro Hospitalar do Oeste (CHO), que decorreu no passado dia 4 de Março, no Museu do Hospital e das Caldas.
O governante anunciou que o CHO vai passar a ser uma Entidade Pública Empresarial (EPE), o que permitirá uma maior agilidade na contratação de recursos e na própria gestão do dia a dia.
No dia em que o governo assinalou 100 dias de actividade, o ministro da Saúde veio às Caldas participar na cerimónia de tomada de posse do novo conselho de administração do CHO, como forma de mostrar a importância que dá à população e região do Oeste. Adalberto Campos Fernandes chegou cedo, pelas 8h40, e antes de dar posse aos novos dirigentes – numa cerimónia que estava marcada para as 9h00 -, esteve reunido com eles perto de uma hora.
Já na cerimónia, o ministro da Saúde disse que pretende voltar às Caldas dentro de nove meses, no início do próximo Inverno, para inaugurar a nova urgência. E tudo fará para que, em 2017, este centro hospitalar possa ter o seu estatuto alterado de sector público administrativo para Entidade Pública Empresarial (EPE), permitindo-lhe assim uma maior agilidade na contratação de recursos e na própria gestão corrente.
Perante uma sala cheia de autarcas de todo o Oeste e representantes das várias entidades ligadas à saúde, o governante insistiu numa oferta integrada dos cuidados de saúde na qual a ida ao hospital não deve ser a prioridade.
“Temos que retirar o foco dos hospitais” disse, defendendo que estes são um recurso de segunda linha e que é necessário investir no médico e enfermeiro de família, no apoio domiciliário, nos cuidados integrados e também nos cuidadores informais.
Durante este ano, o ministro espera contratar mais 400 médicos, cerca de metade dos quais aposentados que queiram voltar ao activo através de um incentivo que está consignado no Orçamento de Estado.
“Os hospitais têm que ser qualificados e concentrar naquilo que é a sua missão, que é de diferenciação tecnológica e resposta qualificada, mas não podem ser nem o alfa nem o ómega da modernização do sistema de saúde”, afirmou.
O governante falou da dificuldade que o CHO tem tido em atrair profissionais qualificados, mesmo estando tão próximo de Lisboa. “No sistema de saúde português as áreas metropolitanas e as grandes cidades continuam a reter inapropriadamente a formação dos melhores quadros da saúde”, constatou o governante, que quer contrariar esta tendência com garantias de bom ambiente profissional e possibilidade de progressão.
Adalberto Campos Fernandes disse ainda que daqui por um ano não quer ouvir falar do Oeste, justificando que quando isso acontece é sinal de que está tudo bem. E deixou ainda uma mensagem de forte confiança na nova equipa, que disse ser “tecnicamente muito bem preparada e com competências humanas, o que faz toda a diferença”.
Questionado pela Gazeta das Caldas sobre o apoio do governo ao Hospital Termal (agora tutelado pelo município), o ministro limitou-se a dizer que já reuniu com a Câmara. “Temos boas linhas de cooperação abertas com a Câmara das Caldas e seguramente a breve prazo haverão notícias”, disse.
Serviço de Psiquiatria de volta às Caldas
O novo concelho de administração do CHO, que iniciou funções a 1 de Fevereiro, é presidido por Ana Paula Harfouche, e integra ainda Filomena Cabeça e Idalécio Lourenço, como vogais executivos, António Curado como director clínico, e Maria de Lurdes Ponciano como a enfermeira-directora.
Para Ana Paula Harfouche o compromisso que assumiram corresponde a uma nova fase da vida do CHO, que serve cerca de 350 mil pessoas. Precisa, por isso, de se “posicionar como uma instituição de referência, com um perfil assistencial de cuidados de saúde adequados e de confiança ao perfil destas pessoas que habitam, trabalham ou fazem turismo” nesta região, disse.
Em declarações à Gazeta das Caldas, à margem da cerimónia, a presidente do conselho de administração disse que o Serviço de Psiquiatria vai regressar às Caldas da Rainha. Actualmente está a funcionar um protocolo com o Hospital de Santa Maria em que profissionais vêm às Caldas dar algumas consultas, mas o objectivo passa por ter uma assistência concreta aos cidadãos na unidade das Caldas.
A funcionar há pouco mais de um mês, o conselho de administração do CHO reuniu há duas semanas com elementos da Assembleia Municipal de Caldas da Rainha, onde foi manifestada a vontade em estabelecer uma relação de cooperação entre as duas entidades.































