Ministro da Saúde faz visita relâmpago ao Hospital das Caldas

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visitaministro2Duas semanas depois da Câmara das Caldas ter enviado uma missiva a solicitar uma reunião urgente ao ministro da Saúde, Paulo Macedo, por causa da situação do hospital caldense, o governante veio visitar o serviço de urgências desta unidade, depois de ter reunido com a administração do CHO, a 3 de Dezembro.
Apesar do secretismo da vinda do ministro (nem sequer os funcionários do hospital sabiam e as Câmaras da região Oeste também não foram informadas), Carlos Sá, presidente do CHO, referiu que foi apenas “uma visita de trabalho, perfeitamente normal, que já estava programada há algum tempo”.
A reunião entre o ministro, o presidente da Administração Regional de Saúde e a administração do CHO, durou quase duas horas e, segundo Carlos Sá, “foram discutidos os principais desafios que se colocam ao centro hospitalar”.
Nela foram abordadas as várias matérias da gestão hospitalar, do equilíbrio económico e financeiro, com realce para a actividade assistencial e para o programa de prevenção da gripe sazonal.
O ministro não quis falar à comunicação social, dizendo ser apenas uma visita de trabalho e escusando-se a responder às perguntas dos jornalistas, mas durante a visita às urgências falou com profissionais e utentes.
Numa dessas conversas, Paulo Macedo acabou por referir que teriam que ser feitas obras no serviço de urgência médico-cirúrgica, tal como a administração do CHO tem vindo a pedir. Isto depois de ter visto dezenas de pessoas deitadas em macas, espalhadas pelos corredores daquele serviço.
No final de 2013 o Centro Hospitalar apresentou uma proposta ao ministério para aprovação de verba necessária a essa obra. As obras irão servir para mudar estruturalmente o espaço físico deste serviço, de modo a melhorar o circuito do doente dentro da própria urgência. Serão criadas áreas nas Urgências onde os doentes que tenham que permanecer mais tempo fiquem melhor acomodados, de forma a retirar as macas dos corredores.
Oficialmente a visita fez também parte de uma ronda que o ministro realizou na semana passada por alguns hospitais do país para saber se estão preparados para o Inverno.
Carlos Sá garantiu ao governante que foram tomadas as medidas necessárias para dar conta do pico da procura que se espera, nomeadamente a reorganização das equipas e o alargamento da capacidade de internamento da urgência.
Esse alargamento, faz-se através da instalação de 10 camas de internamento no Hospital de Peniche para as urgências do Hospital das Caldas. A medida, que tinha sido anunciada no princípio do ano, foi agora concretizada, tendo Carlos Sá garantido que as camas não tinham sido necessárias até agora.
No entanto, Carlos Sá salienta que as obras pedidas são essenciais, tendo ficado contente pelo facto do ministro da Saúde ter vindo ao terreno ver a situação que se vive diariamente. “Por muito que nós façamos, o espaço físico é o que é, e limita qualquer solução que se possa implementar”, afirmou aos jornalistas no final da visita do ministro.
Posteriormente, o CHO emitiu um comunicado de imprensa onde refere que “o ministro da Saúde foi sensível às diversas questões colocadas, perspectivando-se a possibilidade de a curto prazo serem desbloqueadas algumas das situações pendentes”, nomeadamente “avançar com as obras necessárias para o alargamento da urgência (verba que ultrapassa o milhão de euros), melhorando de forma significativa as condições físicas de funcionamento deste serviço”.

Pedro Antunes
pantunes@gazetadascaldas.pt

Torres Vedras protesta por não saber da visita do ministro

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O presidente da Câmara de Torres Vedras, Carlos Miguel, enviou um ofício a Carlos Sá mostrando a sua indignação por não lhe ter sido comunicada a visita do ministro da Saúde ao hospital das Caldas.
O hospital de Torres Vedras, tal como os de Peniche e Caldas, constituem a infra-estrutura do Centro Hospitalar do Oeste.
“Acabo de saber que o senhor ministro da Saúde esteve de visita ao Centro Hospitalar do Oeste, sem que fosse dado conhecimento aos membros do Grupo de Acompanhamento ou a quem quer que fosse”, refere a missiva, divulgada pela autarquia aos órgãos de comunicação social.
Em protesto contra esta atitude, Carlos Miguel disse que não irá estar presente na próxima reunião do Grupo de Acompanhamento do Processo de Fusão do CHO, que irá ter lugar a 16 de Dezembro, em Torres Vedras.

P.A.

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