
Maria do Céu Antunes valorizou três décadas de existência do Programa LEADER e ouviu pedidos de apoio aos agricultores da região
Há cerca de dois anos que a Leader Oeste está instalada na antiga escola primária do Cadaval, mas só na passada sexta-feira, e ultrapassadas as grandes contingências provocadas pela pandemia, a associação procedeu à cerimónia de inauguração da sede, numa sessão abrilhantada pela presença da ministra da Agricultura.
Fundada em 1994, e desde 1996 instalada no Cadaval, a Leader Oeste reúne, agora, no mesmo espaço a sede e os serviços do Contrato Local de Desenvolvimento Social 4G Melhor Cadaval e do Europe Direct Oeste, Lezíria e Médio Tejo.
A autarquia fez melhorias no espaço exterior do edifício, ficando a intervenção no interior da antiga escola a cargo da Leader Oeste, associação que tem como área de intervenção os 12 concelhos do Oeste na medida LEADER e trabalha com os municípios no que concerne à informação relativa à União Europeia.
Presente na inauguração, Ana Souto, vice-presidente Federação Minha Terra, classificou a obra como um “momento carregado de simbolismo”, destacando que a coesão “assume-se como pertinente nos tempos atuais”. “O futuro da Europa e o do país não pode deixar nenhum território para trás”, salientou a dirigente.
Aproveitando a presença da ministra da Agricultura, o presidente da Câmara do Cadaval pediu ao Governo um olhar atento para o impacto de o fogo bacteriano está a ter junto dos produtores da região e solicitando apoios para fazer face ao aumento no custo da eletricidade. José Bernardo Nunes garantiu, ainda, que a Câmara do Cadaval está “disponível para ajudar a encontrar soluções” para a disponibilização de água para rega.
“O Projeto Tejo é uma solução, mas desconhecemos o ponto de situação e pode demorar uma década para resolver os probelmas do Oeste”, alertou o autarca, sublinhando que foi “em boa hora” que a Câmara cedeu a escola primária à Leader Oeste, uma “entidade dinamizadora da economia da região”.
O presidente da Leader Oeste agradeceu à Câmara do Cadaval a cedência da escola e recordou o impacto de alguns dos projetos desenvolvidos pela associação, como o programa PROVE – Promover e Vender ou o mercado ECOrural, que funciona aos sábados, e cujos produtos foram apresentados nesta inauguração, mas também o levantamento dos moinhos do Oeste
“Estas novas instalações permitem dinamizar todas as valências da Leader. Considerando o espaço, poderemos pôr este local ao serviço dos associados, da comunidade e do Oeste, consolidando a equipa técnica em várias áreas e continuando a desenvolver um trabalho em rede”, frisou Pedro Folgado, o presidente da Câmara de Alenquer que também lidera a Comunidade Intermunicipal do Oeste.
Coube a Maria do Céu Antunes encerrar os trabalhos, tendo a ministra enfatizado os 30 anos do Programa LEADER, uma iniciativa que “deu início a variadas transformações nos territórios rurais da Europa”, revelando-se um “instrumento programático de sucesso, mobilizador das comunidades, potenciador da identidade territorial e da valorização dos recursos endógenos, além do importante contributo para a fixação das populações”.
No entender da ministra da Agricultura, 2021 e 2022 “são anos muito importantes para fazer a transição” do Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (2023-2027), visando garantir o abastecimento alimentar, atingir objetivos ambientais e climáticos e promover o desenvolvimento socioeconómico dos territórios rurais.
“[Com o PRR e a PAC (2023-2027)], torna-se necessário fazer mais, fazer melhor, fazer diferente e desenvolver territórios rurais mais justos, equilibrados e sustentáveis”
Maria do Céu Antunes
“Estamos todos convocados a reduzir a tendência de despovoamento das zonas rurais, reduzir o risco de pobreza, reduzir riscos de disparidade de rendimentos entre homens e mulheres”, destacou a governante, notando que há outros instrumentos, como o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que tem 93 milhões de euros disponíveis para “projetos de investigação e dinamização do território”.
A antiga presidente da Câmara de Abrantes recordou que estão abertos dois avisos, com vista à “Mitigação das Alterações climáticas” e à “Adaptação às alterações climáticas”, pelo que, perante um desafio “muito grande”, surge uma “grande oportunidade para os Grupos de Ação Local” (GAL) desenvolverem iniciativas com impacto.
“É necessário fazer mais, fazer melhor, fazer diferente e desenvolver territórios rurais mais justos, equilibrados e sustentáveis”, frisou a ministra da Agricultura, exortando os GAL para “que se organizem no território, com os seus pares e comunidades interminicipais”. ■






























