Milhares de presépios atraem visitantes às Gaeiras durante a quadra natalícia

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Ricardo Roque ladeado pelos familiares e amigos que o ajudam na fazer o presépio animado

Mais de 1800 presépios, de cerca de 80 artistas e artesãos, encontram-se expostos na Grande Exposição de Presépios da vila das Gaeiras. A 13ª edição da mostra, que decorre mais uma vez no Convento de S. Miguel, conta com peças em cerâmica, madeira, ferro, tecido, joalharia ou lã. Entre as novidades estão pequenos presépios feitos por Pedro Ferreira, residente nas Gaeiras, que utiliza antigos componentes electrónicos.
As peças expostas de maiores dimensões são feitas em madeira e têm aproximadamente um metro e há uma diversidade de miniaturas feitas em diversos materiais.
De acordo com o presidente da Junta das Gaeiras (entidade que organiza a mostra), Luís do Coito, este ano a aposta centrou-se na qualidade dos trabalhos apresentados. “Houve uma maior exigência nas peças em exposição, tendo em conta o público que nos visita que também é bastante exigente”, disse o autarca, acrescentando que a mostra é procurada por muitos coleccionadores.
A organização destaca ainda a elevada procura de autores em participar na mostra e realça que há expositores que participam desde a primeira edição.
A inauguração decorreu no passado dia 7 de Dezembro e logo nessa altura vários coleccionadores adquiriram várias peças. Presente na cerimónia, o vice-presidente da Câmara de Óbidos, José Pereira, leu uma missiva de Humberto Marques, que à mesma hora estava numa outra iniciativa em Viseu. O autarca destacou a importância da mostra para a afirmação do território e deixou algumas “prendas” aos gaeirenses para 2020, como a inauguração da requalificação do Largo de S. Marcos, o passeio de ligação entre a Estrada da Califórnia e o Intermarché e a continuidade da ciclovia do centro de saúde até ao convento. Foi ainda anunciado a apoio da Câmara, com cerca de 580 mil euros, para a construção do novo lar pelo Socorro Gaeirense. Trata-se do “maior apoio alguma vez atribuído a uma associação. Fazêmo-lo pela necessidade e importância estratégica para o futuro do nosso concelho”, justificou o autarca.
A mostra dos presépios vai estar patente até 29 de Dezembro, podendo ser visitada diariamente entre as 14h30 e as 19h00.

Presépio animado com mais de 700 peças

Mais 700 figuras estão expostas no presépio de grandes dimensões que Ricardo Roque faz em sua casa, no nº 15 da Rua de Santo António, nas Gaeiras. Uma igreja iluminada e com o sino a tocar, um coreto com a banda e um rancho folclórico a dançar, um cavalo a moer cereais, um moinho com as velas a girar e uma azenha a rodar, são algumas das peças de movimento criadas pelo jovem de 29 anos. Para esta edição Ricardo Roque construiu uma “bomba de água antiga, que é puxada por um boneco, e um castelo”, explicou à Gazeta das Caldas.
Todas estas figuras encontram-se colocadas numa estrutura de madeira, de cerca de 20 metros quadrados e coberta de musgo natural. A preparação do trabalho começou em Setembro passado, com ajuda de amigos, vizinhos e familiares. “É preciso muito trabalho e sem a ajuda de todos eles não o conseguiria fazer”, conta.
A vizinha Palmira Barrolo e o amigo Márcio Sousa são dois desses exemplos. Ajudam desde a apanha do musgo, pelos campos das redondezas, até à montagem do presépio. “Gosto de ajudar no que posso e de ver o resultado final”, explicou Palmira Barrolo.
Tal como nas edições anteriores, a mostra de presépios inclui, num outro espaço, centenas de obras de 23 artesãos oriundos sobretudo da zona Oeste e de Lisboa. Podem ser apreciadas representações da Sagrada Família feitas em materiais tão diversos como pedra, sal, conchas, pinhas, cerâmica, maçapão, sabonete, cortiça, ovos de avestruz e ferro, alguns deles de grandes dimensões. Ricardino Roque, pai de Ricardo também tem vários presépios em exposição, feitos em madeira e pedra.
Há 10 anos que ajuda o filho no presépio animado e desde há três anos que começou a dar largas à imaginação e a representar a sagrada família em diversos materiais e tamanhos.
Apesar de ser um apaixonado por presépios, Ricardo Roque diz que no próximo ano não o irá realizar, para avaliar o que fazer no futuro. O jovem destaca que esta actividade envolve investimento e tira muito tempo à família.
A mostra pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 14h30 às 18h00, e, aos fins de semana e feriados, das 14h30 às 19h00. As entradas são livres. F.F.

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