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O evento, que decorre de 21 a 31 de Julho, funciona como alavanca para muitas coletividades, e empresas, que funcionam no concelho
O Cortejo dos Penitentes, o Largo dos Mercadores da Lã, os Arrabaldes da Vergonha, a Romaria de São Sebastião, os Mestres e Ofícios, o Acampamento da Ordem Hospitalar, a Abegoaria e a Estalagem são algumas das novidades desta edição do Mercado Medieval. Tendo por temática as “Festas, Romarias e Peregrinações”, a edição remonta ao século XIII, com o grande casamento entre D. Afonso e Dona Urraca de Castela, que recebeu, como dote, a vila de Óbidos, contando na animação com cerca de 350 figurantes, que se distribuirão por 12 grupos de música, 10 de teatro, seis de dança e quatro de artes circenses. Haverá ainda três acampamentos, um militar, um civil e outro religioso, 20 mestres e ofícios, uma granja com mais de 20 animais e uma equipa de 50 animadores de rua que, vindos de vários pontos do país, participaram numa residência artística promovida pela organização e coordenada pelos “Ofícios com história”, entidade formadora e curadora desta edição.
Os visitantes poderão ainda participar na construção, ao longo dos 11 dias de evento, de um busto de D. Urraca, a primeira donatária da vila de Óbidos. Trata-se de um trabalho feito ao vivo pelo escultor Carlos Oliveira e que terá como matérias-primas o estrume, palha, óleo de peixe, óleo de linhaça e barro. A peça medirá 2,70 metros por 1,60 e pesará, no final, cerca de três toneladas.
Para além destes novos conteúdos, manter-se-ão os espetáculos, os torneios e as justas, os serões medievais, o aluguer de trajes e as diversas tabernas e tascos, que são uma das âncoras do evento e onde se envolvem cerca de 600 voluntários distribuídos pelas 25 associações e coletividades do concelho. Pelo recinto estarão distribuídos cerca de 70 mercadores.
Maior utilização da cerca
Outra das particularidades deste mercado será a utilização do espaço da cerca do castelo com maior abrangência, com o aproveitamento dos recursos para a implementação de um cenário mais natural. Será, mais uma vez, de acordo com a organização, um evento sem plástico e que promoverá atividades sem recursos tecnológicos, com exceção da compra de bilhetes online. Todos os materiais cenográficos são reciclados, mantendo-se a preocupação ambiental um dos objetivos do Mercado Medieval de Óbidos.
Desde a primeira edição que o evento tem também uma vertente de responsabilidade social, nomeadamente com o apoio às coletividades locais, responsáveis pelas tabernas medievais. Criado em 2002 com o intuito, também, de possibilitar às associações locais a angariação de fundos para as suas atividades e necessidades, o Mercado Medieval tem desde então, permitido a muitas dessas coletividades expandir as suas valências, instalações e dimensões de apoio às populações que servem.
O presidente da Câmara, Filipe Daniel, está confiante no sucesso do evento, que retoma o formato presencial dois anos depois. “A taxa de ocupação da hotelaria já anda muito perto dos 100 por cento, o número de bilhetes comprados, até ao momento, e o elevado número de agentes turísticos interessados no evento, levam-nos a prever uma excelente adesão”, disse à Gazeta das Caldas.
Investimento de 400 mil euros
A edição deste ano do Mercado Medieval envolve um investimento na ordem dos 400 mil euros. O preço do bilhete geral é de 10 euros (ou cinco euros para crianças com idades entre os 4 e os 11 anos). Há descontos para grupos, pessoas trajadas à época, seniores estudantes e pessoas com deficiência e à semelhança das edições anteriores, é gratuito para os munícipes.
O presidente da Câmara justifica o valor do bilhete com o reforço que foi feito pela empresa municipal Óbidos Criativa na programação, conteúdos e diversidade. “Nestes 10 euros de entrada todas as experiências estão incluídas”, explica o autarca, acrescentando que trata-se de um valor que não está desajustado da realidade. “Queremos ter muitas pessoas em Óbidos, mas queremos, acima de tudo, que cada uma delas tenha uma experiência de qualidade”, conclui.■
