Médicos tarefeiros asseguram 60% das horas de trabalho nas urgências da ULS do Oeste

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Os hospitais das Caldas e de Torres Vedras irão receber novos equipamentos,um investimento estimado em 3,9 milhões, no âmbito do PRR

Em setembro existiam 336 médicos como prestadores de serviço nas sete urgências que funcionam nesta ULS

A regulamentação do trabalho dos tarefeiros e a redução do valor pago por hora, propostas pelo Governo, está a gerar a contestação destes médicos prestadores de serviço. Depois de, na semana passada, terem ameaçado paralisar as urgências hospitalares do Serviço Nacional de Saúde (SNS), recuaram na ameaça e pediram uma reunião com a ministra da Saúde para negociar o decreto-lei que prevê cortes no valor pago por hora.

A falta de médicos no SNS para as urgências, levou a que só nos primeiros meses do ano fossem gastos pelos hospitais mais de 174 milhões de euros a contratar tarefeiros. Estes são médicos sem vínculo permanente com um hospital, que são contratados temporariamente, recebem por hora ou por turno, e, colmatando assim a falta de médicos, sobretudo nas Urgências. As unidades locais de saúde do Algarve, do Médio Tejo e do Oeste foram as que registaram as maiores faturas para pagar a estes profissionais de saúde que contrataram à tarefa, necessitando destes prestadores de serviços para terem as urgências a funcionar.

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Em setembro de 2025, existiam 336 médicos como prestadores de serviço na ULS do Oeste, que assegura o funcionamento de duas Urgências Médico Cirúrgica, uma Urgência Básica, duas Urgências Pediátricas e uma Urgência Obstétrica. De acordo com a administração desta Unidade Local de Saúde, em média, “cerca de 60% das horas de trabalho necessárias aos serviços de urgência da ULS do Oeste são asseguradas por prestadores de serviços, dada a exiguidade do número de trabalhadores médicos do mapa de pessoal e a dispersão de respostas”.

Entre as valências em que há necessidade de recorrer a maior número de médicos tarefeiros estão as urgências gerais, básica, pediátricas e obstétrica, especialmente nas especialidades de Medicina Interna, Anestesia, Pediatria, Ginecologia/Obstetrícia e médicos não diferenciados. De acordo com a administração, caso se confirme uma paralisação de alguns prestadores de serviço, o “impacto será minimizado com o funcionamento em rede das várias urgências da ULS do Oeste e, até, com urgências dos hospitais das ULS limítrofes”. Inclusivamente, “sucederam já no passado várias situações de extrema dificuldade em assegurar escalas, que foram supridas com o modelo de funcionamento em rede”, acrescenta à Gazeta das Caldas.

Novos equipamentos para os hospitais
O Governo autorizou a despesa para a aquisição de dois novos equipamentos de Tomografia Axial Computorizada (TAC) e de um sistema cirúrgico robótico para ULS do Oeste. O investimento, estimado em 3,9 milhões de euros, inserido no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), visa modernizar o parque tecnológico da instituição e reforçar a qualidade e eficiência dos cuidados de saúde prestados à população.

Os equipamentos de TAC serão colocados um no hospital das Caldas e outro no de Torres Vedras. Já o robot cirúrgico irá funcionar na unidade torriense, visto que as “respetivas funcionalidades têm grande aplicação na especialidade de Urologia, que funciona no Hospital de Torres Vedras. Servirá ainda as especialidades de Cirurgia Geral e de Ginecologia, tanto do Hospital de Torres Vedras, como do Hospital de Caldas da Rainha”, explicou a administração da ULS Oeste à Gazeta das Caldas.

Os dois novos TAC substituirão equipamentos com mais de uma década de uso, atualmente descontinuados e tecnologicamente ultrapassados. Os equipamentos atuais já não têm assegurada a disponibilidade de peças de substituição e apresentam avarias frequentes, o que compromete o funcionamento dos serviços de urgência. De acordo com a instituição, a substituição destes ativos evitará custos anuais superiores a 2,5 milhões de euros com exames subcontratados ao exterior e permitirá realizar mais de 40 mil exames anuais internamente, com ganhos significativos em rapidez e qualidade diagnóstica.

Já a aquisição do robot cirúrgico, com um custo estimado em cerca de 1,8 milhões de euros, “representa um marco tecnológico para a região. A ULS do Oeste passará a integrar o restrito grupo de instituições do SNS com cirurgia robótica, uma técnica que oferece maior precisão e menor invasão”, refere a ULS Oeste.

O projeto prevê ainda ações de formação para as equipas do Bloco Operatório, bem como adaptações estruturais nas salas cirúrgicas e nas áreas de instalação dos novos TAC.

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