Mata das Mestras vai ter Centro de Educação Ambiental

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Vítor Marques e Carlos Albuquerque formalizaram o protocolo de cedência da Casa Florestal da Mata das Mestras

Protocolo entre Câmara e ICNF prevê recuperação do edifício e a sua dinamização

A Casa Florestal da Mata Nacional das Mestras, na freguesia de Santa Catarina, vai ganhar nova vida. O edifício, devoluto há anos, foi cedido pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) ao Município das Caldas da Rainha, através de um protocolo assinado no passado dia 8 de outubro. O objetivo é transformar o espaço num Centro de Educação Ambiental, dedicado à sensibilização da população para a preservação da biodiversidade e da paisagem natural, à prevenção dos incêndios florestais e à promoção dos valores da natureza.

O protocolo define que o edifício continuará a ser propriedade do Estado Português, sob administração do ICNF, cabendo à Câmara a responsabilidade pelo uso, funcionamento, manutenção e conservação.

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Na cerimónia, o diretor regional do ICNF, Carlos Albuquerque, destacou o espírito de cooperação que tem guiado a relação entre as duas instituições. “Acredito que é no território que está a chave do sucesso destas políticas da conservação da natureza e da floresta”, afirmou, sublinhando que “quando nós não conseguimos fazer tudo sozinhos, procuramos os melhores parceiros”.

O responsável recordou que o ICNF detém “um património bastante vasto, herdado de várias entidades ao longo do tempo”, e que “não pode ser deixado ao abandono”. Nesse contexto, considerou “muitíssimo importante” que esses espaços sejam reaproveitados, reconhecendo o “trabalho de aposta na área do ambiente e da educação ambiental” que o município tem vindo a desenvolver.

Este “é o princípio de um novo ciclo”, acrescentou, Carlos Albuquerque, revelando que já existem atividades planeadas para o espaço, como o Dia da Floresta Autóctone, previsto para 23 de novembro.

O presidente da Câmara das Caldas, Vítor Marques, salientou que este projeto se enquadra na política ambiental que o executivo tem vindo a seguir. “Criámos um grupo de trabalho ligado ao ambiente, que não existia, e hoje temos uma equipa, pequena no tamanho, mas grande naquilo que tem vindo a desenvolver”, afirmou.

Vítor Marques admitiu que ficou impressionado com o estado de degradação do edifício quando o visitou há cerca de dois anos. “Na altura, não tinha a noção da importância e da dimensão que aquele espaço tem. Foi por isso que lançámos o desafio, e agora teremos de ser capazes de desenvolver a recuperação daquele património e a sua utilização educativa”, afirmou. O presidente frisou a importância de “levar a mensagem da defesa do ambiente às novas gerações”, considerando que “as dinâmicas locais, através das autarquias, têm mais oportunidades e agilidade para concretizar projetos desta natureza”.

Também Carla Santos, bióloga do Gabinete de Ambiente, Espaços Verdes e Paisagem Natural da Câmara, destacou o potencial do local e o valor ecológico da mata onde se insere. “Temos o privilégio de ter um edificado que pode ser recuperado e que fica localizado no centro de uma mata nacional com um valor muitíssimo elevado, constituída por espécies autóctones muito resistentes às alterações climáticas, sobretudo carvalhos e sobreiros”, afirmou.

A técnica explicou que o município pretende “reforçar a arborização do território com espécies autóctones” e que o futuro centro permitirá “dinamizar imensas atividades dirigidas a diversos públicos, escolar, local e visitantes, promovendo a literacia ambiental”, disse, lembrando que estas espécies são fundamentais não só para a qualidade do ar, “mas também para o solo e para a retenção de água”, sublinhou.

A atividade prevista para 23 de novembro levará a população à Mata das Mestras, onde serão recolhidas bolotas e outras sementes que serão germinadas em viveiro para serem plantadas dentro de um ano.

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