Maria José Nogueira Pinto morreu, aos 59 anos, de cancro no pâncreas, no passado dia 3 de Julho, tendo-se o funeral realizado em A-dos-Negros (Óbidos), terra com a qual mantinha uma ligação afectiva. Os seus pais adquiriram a Quinta da Botilheira na qual a família passava férias e fins-de-semana.
O cortejo fúnebre chegou à Igreja de Santa Maria Madalena minutos antes das 17h30 e, após a cerimónia religiosa, o corpo foi sepultado num jazigo. Cerca de 200 pessoas acompanharam a deputada à sua última morada, entre familiares e figuras públicas, como a ex-presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite, o antigo ministro da Justiça, Laborinho Lúcio, o ex-bastonário da Ordem dos Advogados, José Miguel Júdice e os militantes do CDS/PP, António Pires de Lima e Ribeiro e Castro.
Presentes estiveram também diversos autarcas locais, nomeadamente das Caldas da Rainha, como foi o caso do presidente da Câmara, Fernando Costa, da vereadora e deputada da Assembleia da República, Maria da Conceição Pereira, e diversos deputados e ex-deputados da Assembleia Municipal e presidentes de Junta. Também os presidentes das concelhias do CDS/PP das Caldas e Óbidos estiveram no funeral.
Maria José Nogueira Pinto era deputada à Assembleia da República pelo PSD, mas também já foi deputada da Assembleia Municipal das Caldas da Rainha, entre 1997 e Janeiro de 2001, altura em que apresentou a renúncia ao seu mandato por motivos profissionais.
Na reunião de 30 de Janeiro, em jeito de despedida, a então deputada do PP fez um balanço da sua primeira experiência autárquica. “Parto, no entanto, com a sensação de ter feito muito pouco face ao que urge fazer no concelho”, dá nota.
Nessa mesma Assembleia, publicada na Gazeta das Caldas, a autarca deixa notas negativas, como a descaracterização do concelho e da cidade “fruto de uma desruralização e de um suburbanismo crescente”. Por outro lado, disse também que “as Caldas tem no termalismo, na oferta cultural e museológica, e na qualidade do seu comércio, elementos caracterizadores e identificadores que são valiosos factores competitivos, económicos e sociais”.
Sustentou na altura que “o progresso nem sempre é desenvolvimento. O desenvolvimento não pode prescindir de uma identidade cultural e de uma coesão social que balizem, num verdadeiro pacto de regime, as estratégias de desenvolvimento do concelho, vistas no conjunto da região e do país”.
O presidente da Assembleia, Luís Ribeiro, elogiou o trabalho feito pela deputada, assim como a sua ajuda na relação com o poder central. A partida de Maria José Nogueira Pinto foi lamentada por vários deputados e pelo presidente da Câmara.
Foi deputada entre 1995 e 1999, eleita pelo CDS-PP, e a partir de 2009 pelo PSD.
Jurista de formação, Maria José Nogueira Pinto foi subsecretária de Estado da Cultura num dos Governos de Cavaco Silva, dirigiu a Maternidade Alfredo da Costa e foi também Provedora da Santa Casa da Misericórdia. Neste âmbito participou em diversas palestras e iniciativas de cariz social na região.
Em inícios de 2009, e aquando dos problemas de sobrevivência da Fabrica de Faianças Bordalo Pinheiro, foi tornado público pelo então administrador e principal accionista, Jorge Serrano, que Maria José Nogueira Pinto manteve contactos no sentido de uma eventual aquisição da fábrica, que viria a ser comprada pela Visabeira.






























