Foi emigrante na Alemanha, mas, desde há alguns anos, dirige uma frota de oito táxis na cidade com o marido

Maria dos Anjos Martins e o marido têm uma frota de oito táxis na cidade das Caldas e mais quatro que fazem os percursos nas freguesias. “Temos muitos serviços”, admite a taxista, de 67 anos, que se levanta a qualquer hora da noite ou da madrugada para trabalhar. O seu dia de trabalho habitualmente começa cedo, perto das 5 da manhã e nunca se sabe a que horas vai terminar. Tem vários clientes que a chamam para serviços regulares, muitos relacionados com a saúde. Longe vão os tempos de jovem, quando Maria dos Anjos emigrou para a Alemanha para trabalhar numa fábrica de máquinas de fotografia. “Arranjei namorico nas férias e depois de mais dois anos voltei para me casar, pouco depois do 25 de Abril”, disse a taxista, que casou em Novembro de 1974. O primeiro táxi foi adquirido pelo casal dois anos depois e custou nove mil contos. “Na época era uma verdadeira fortuna”, recordou Maria dos Anjos que, quando veio da Alemanha, ainda trabalhou na pastelaria Machado. Mais tarde, foi dona de uma peixaria, mas depois decidiu juntar-se ao marido para se dedicar ao negócio de transportes da família. Há cerca de uma década, a sua empresa chegou a ter cinco ambulâncias, ocupando-se do transporte de doentes. Actualmente emprega cinco colaboradores. “No último Carnaval andei toda a noite em Torres Vedras a transportar os foliões”, disse a taxista, que só tem pena que não haja “quatro ou cinco carnavais durante o ano!”. Maria dos Anjos contou que entre os seus clientes já conta filhos até alguns netos dos primeiros clientes. A taxista, fã da Mercedes por causa da segurança, orgulha-se de nunca ter tido um acidente (e até tem bónus no seu seguro) e só carrega um pouco no acelerador quando anda em auto-estrada.

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