
Também nas Caldas da Rainha se irão ouvir vozes contra a troika, tendo por mote “o povo é quem mais ordena”, na tarde de 2 de Março. “Espero que esta seja a tal manifestação que precisamos em Portugal”, diz Carlos Fernandes, porta-voz da organização da manifestação na cidade, que terá o Zé Povinho como símbolo.
A concentração está prevista para as 14h30, na Praça 25 de Abril, seguindo-se uma assembleia popular. Depois será feito um desfile pelas ruas da cidade, com um percurso semelhante ao do da manifestação de 15 de Setembro (que em todo o país fez sair à rua perto de um milhão de pessoas), e finaliza com um discurso lido pelos signatários do protesto.
Os organizadores, além de mostrarem a sua indignação com o que se passa a nível nacional, querem também lutar por melhores condições locais.
“Localmente a nossa luta consiste bastante no desemprego, onde a taxa é cada vez mais elevada e cada vez mais há pessoas que necessitam de ajuda para pagarem a electricidade ou a renda de casa”, explicou Ana Sofia Pataco, da organização.
No manifesto, que irão distribuir na manifestação – e que foi apresentado em conferência de imprensa na passada sexta-feira – referem que não aguentam mais o “roubo e a agressão”. Os cidadãos estão contra o desfalque nas reformas, com as ameaças de despedimentos e com os postos de trabalho destruídos. “Indignamo-nos com o encerramento das mercearias, dos restaurantes, das lojas e cafés dos nossos bairros, com a junta de freguesia que desaparece, com o centro de saúde que fecha, com o encerramento das valências do nosso hospital e a privatização do termalismo caldense, com as escolas cada vez mais pobres e degradadas”, dizem.
No manifesto, o grupo faz também referência aos impostos disfarçados de taxas, aumento de propinas e portagens, e indigna-se contra o estado a que chegou a Lagoa de Óbidos e as falsas promessas.
O grupo, que já saiu à rua para entrevistar caldenses e sentir o pulsar na cidade, acredita que amanhã sairá às ruas uma “enchente” maior do que em Setembro, em que se manifestaram nas Caldas da Rainha cerca de 1200 pessoas.
A organização já enviou um e-mail a todas as associações e forças políticas caldense a convidar para estarem presentes na manifestação e também já foi à reunião de Câmara, onde entregou o manifesto e o convite aos presidentes de Junta, tendo dois deles confirmado logo a sua presença.
O trabalho desta plataforma local não se esgota na realização da manifestação. Já organizaram o jantar de Natal dos sem abrigo e pretendem fazer “alguma coisa” pelo hospital caldense. “Acho que a defesa do nosso hospital tem que partir do povo, tem que se criar uma certa paixão nas pessoas pelo que é nosso”, defendeu Carlos Fernandes. O grupo quer também criar alguns debates como o do arrendamento, onde pretendem a participação de representantes das associações dos inquilinos e dos proprietários.































É pena que não tenham incluído o aumento brutal da água nas suas reivindicações. Ou não a usam, ou são ricos, ou não a pagam.