Manifestação contra as touradas juntou 40 activistas em frente à Praça de Touros

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Os manifestantes fizeram o protesto com recurso a cartazes, apitos e megafones | Beatriz Raposo

Após três anos consecutivos a serem desviados para a Rua Heróis da Grande Guerra (junto aos Correios), os manifestantes anti-touradas conseguiram finalmente protestar em frente à Praça de Touros das Caldas. Nos anos anteriores, os activistas foram obrigados a alterar o local dos protestos porque, alegadamente, estavam marcadas outras manifestações pró-touradas para a mesma localização. Manifestações estas que nunca chegaram a realizar-se.

Mas este ano, segunda-feira, uma hora e meia antes do início da tradicional corrida de touros do dia 15 de Agosto, cerca de 40 manifestantes protestaram alto e bom som contra as touradas. Com cartazes, apitos e megafones, passaram mensagens como “Crianças inocentes em espectáculos indecentes”, “Vão-se cultivar em vez de torturar”, “Pessoas educadas não vão às touradas”, “Tradição não é justificação” ou “Tourada é tortura, não é arte nem cultura”. Houve também quem optasse por manifestar-se em silêncio.
Sempre que por perto passava um cavalo com o seu cavaleiro, os assobios e os protestos subiam de tom, mas sem o registo de um único incidente. Vários agentes da PSP asseguraram a segurança no local.
A manifestação foi organizada pela CREA (Caldas da Rainha pela Ética Animal), movimento cívico informal criado em 2009 na cidade que defende os direitos dos animais.
“A tourada é um espectáculo bárbaro, em que as pessoas se divertem a ver animais – cavalos e touros – a serem torturados. Perante este sofrimento, ao qual outros chamam de divertimento, só podemos lutar pela abolição das touradas”, referiu Diogo Bolinhas, um dos responsáveis pela organização desta manifestação.
O jovem de 21 anos salientou que a tauromaquia “é uma actividade insustentável que só resiste graças ao financiamento público, neste caso 16 milhões anuais que são distribuídos por todo o país”, acrescenta. Diogo Bolinhas deseja que a Câmara das Caldas siga o exemplo de outros municípios, como o de Viana do Castelo, que optou por não financiar as corridas de touros no seu concelho.
“Nas Caldas ainda existe muita tradição, mas a nível nacional as estatísticas indicam que as corridas têm vindo a perder espectadores”, realçou o caldense, acrescentando que existem cada vez mais deputados anti-touradas no Parlamento, embora a maioria ainda seja a favor desta prática. “Isto porque há muitos interesses à volta da tauromaquia, principalmente para desviar dinheiro”, frisou.
Recentemente a Assembleia da República chumbou a proposta do BE, PAN e PEV que propunha a proibição de menores de 18 anos participarem nas corridas de touros.

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