Manguito de artista caldense foi colocado nos jardins de Belém

Peça com dois metros de Carlos Oliveira foi instalada nos jardins do Palácio de Belém

Eram 7h30 da manhã da passada segunda-feira, 3 de abril, quando o artista caldense chegou a Lisboa com um manguito com dois metros de altura que colocou à entrada do Palácio de Belém. Inspirado na figura de Zé Povinho de Bordalo Pinheiro, o Manguito de Carlos Oliveira teve o objetivo de revelar o descontentamento e indignação pelos dias que estamos a viver. “Quis mostrar o meu desacordo com o desgoverno que vivemos atualmente”, disse o autor à Gazeta das Caldas. Assim que começou a descarregar a peça, dois agentes da polícia pediram ao autor para se identificar e se este tinha licença. “Ainda tentei junto da Câmara mas percebi que não era possível obtê-la em tempo útil”, referiu o autor, que sabia que poderia correr o risco de ver a sua peça retirada.
Foi depois informado que tinha autorização para deslocar a peça para os jardins do Palácio de Belém. Assim o fez, sempre com a presença de orgãos de comunicação social.
A obra de arte já tinha sido feita e mostrada há quase 10 anos, mas no atual contexto social e cultural, o autor achou que “este era o momento de intervenção”. Carlos Oliveira contou com a colaboração da dupla Malibu Ninjas, autores que se dedicam à arte urbana e que pintaram o manguito caldense. O autor criou esta peça em 2014, a uma escala de maquete com 12 centímetros de altura que alargou para a sua escala real em barro com mais de dois metros de altura.
A partir do molde desta peça final foram criadas outras do Manguito em alabastro e resina de poliéster reforçado a fibra de vidro. O caldense – que tem atelier de trabalho em Óbidos – reforçou que é importante “o legado que as Caldas e os meus mestres me transmitiram”.
À Gazeta das Caldas, Carlos Oliveira garantiu que este movimento Manguito terá continuidade e ainda mais repercussão. “Temos que nos juntar e dar mais escala a este movimento de descontentamento”, rematou o autor. ■