“Mais gente e mais vendas” na edição da Frutos 2025

0
621
A Frutiverso, ou “Caixa de Fruta Gigante”, uma experiência imersiva e sensorial, foi a novidade desta edição

Organização estima que tenham passado 90 mil pessoas pelo certame, durante os cinco dias, e quer manter o evento no último fim de semana de agosto

A disposição da feira de forma mais harmoniosa contribuiu, de acordo com o presidente da Câmara, para uma maior satisfação dos expositores, que este ano se mantiveram nos 160, dos quais 40% ligados à fruticultura e agricultura. Houve “necessidade de recusar” algumas participações de modo a manter o “equilíbrio” do evento, que decorreu no Parque D. Carlos I durante cinco dias.

“Os expositores sentem que há mais gente e que os visitantes vêm comprando mais”, disse Vítor Marques, acrescentando que alguns deles em três dias já tinham ultrapassado as receitas auferidas em todo o certame de 2024. Um sentimento que encontrou também na parte da restauração e que o deixa “feliz” porque proporciona um retorno do investimento feito, mas também o “abrir de oportunidades para novos negócios”. No que respeita à restauração, o autarca registou também trabalho articulado com entidades ligadas à componente alimentar para garantir a sua qualidade. Houve, inclusive, o caso de dois bares que tiveram de “fazer pequenos ajustes”, logo no primeiro dia do evento.

- publicidade -

Questionado pelos jornalistas sobre possíveis ligações dos esgotos de alguns bares a águas pluviais, Vítor Marques negou que acontecesse, justificando que estão ligados ao saneamento existente.

Em relação aos preços das bebidas, o autarca informou também que foram concertados entre os profissionais da área da restauração e bebidas. “Não foram fixados pela Câmara, não tem nada da ver com a organização”, garantiu, acrescentando que teve conhecimento de haver uma reunião de comerciantes no sentido de chegarem a um consenso relativamente aos preços.

O ano é de eleições autárquicas e, caso seja reeleito, Vítor Marques pretende continuar a realizar a Frutos no último fim de semana de agosto. Reconhece que, por ventura, haverá menos emigrantes, mas nesta altura não colide com o calendário de eventos dos concelhos limítrofes e também tem bastantes visitantes. Outra das ideias para a próxima edição será o controle de entradas. Neste ano, a organização estima que tenham passado pela Frutos cerca de 90 mil pessoas, mais cinco mil do que no ano passado. Os concertos contaram com a presença de cerca de 20 mil pessoas, sendo que o de Richie Campbell, na sexta-feira à noite, foi o mais lotado, com mais de 5 mil espetadores.

Entre as novidades do certame esteve o espaço Frutiverso, totalmente espelhado e com fruta pendurada, que a organização estima que tenha recebido cerca de 3000 visitantes.

Esta edição teve um orçamento de 400 mil euros + IVA e uma receita na ordem dos 100 mil euros. “É um investimento grande que o município faz num evento que coloca as Caldas no mapa e dá uma vida muito interessante à cidade”, realçou o autarca, que espera que as edições futuras possam ter o mesmo sucesso.

Vítor Marques disse ainda que está prevista a realização de um estudo de impacto público e económico do evento e deixou a ideia de se criar uma feira das atividades económicas, provavelmente num espaço diferente, como a Expoeste.

A importância da agricultura
A feira foi inaugurada na tarde de quarta-feira, 27 de agosto, com uma visita pelos diversos expositores, que durou cerca de quatro horas. Antes, no Largo do Hospital Termal, a vice-presidente do Turismo do Centro, Anabela Fernandes, destacou a “dimensão já considerável” da feira, assim como a importância da agricultura e dos eventos, ao nível do turismo, naquilo que é a promoção da marca.

Também presente na cerimónia, o vice-presidente da CCDR (e antigo autarca do Cadaval), José Bernardes, salientou que o Oeste é uma zona onde a agricultura “tem um peso fundamental e vai continuar a ter”, porque “como todos precisamos de comer, precisamos da agricultura, de produzir alimentos”. O responsável falou no défice na balança comercial de bens alimentares, exemplificado com a batata, em que apenas é produzida 40% da consumida no país. Destacou ainda que a gastronomia, muito associada ao turismo e agroturismo, é muito importante para potenciar e até complementar rendimentos da agricultura.

Pedro Marques, em representação da Assembleia Municipal, lembrou que a Frutos é uma feira que “diz muito aos caldenses” e, também, por isso, é realizada no Parque D. Carlos I. “É sempre uma satisfação inaugurar qualquer feira que seja feita no Parque, em que os caldenses vão estar presentes”, disse, dando ainda nota dos problemas por que passam os agricultores e apelando para que estes possam ser apoiados.

Já o presidente da Câmara, Vítor Marques, deu nota do crescimento do setor primário no concelho e defendeu o consumo dos produtos locais, também numa vertente ambiental.

- publicidade -