Mais de 200 jovens esgrimiram argumentos sobre a pena de morte

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pena de morteA União Europeia leva à , para aprovação, uma moção onde apela ao fim da pena de morte em todos o mundo. Países contra e a favor esgrimem os seus argumentos, assim como associações pelos direitos humanos, organizações racistas e pais de condenados.
O resultado desta simulação, que encheu de jovens o auditório da Expoeste a 10 de Novembro, foi uma tarde de debate em torno de uma prática que a Amnistia Internacional condena e defende que deve ser abolida em todos os países.

São 14h30. No palco do auditório da Expoeste estão reunidos representantes de associações a favor e contra a pena de morte, vários países com assento nas Nações Unidas e o pai de um condenado no corredor da morte. Na plateia encontram-se 205 alunos, dos quais 49 mostraram-se a favor da pena de morte.
Esgrimem-se argumentos a favor da pena capital, como a necessidade de manter a segurança dos cidadãos, questões económicas ou de justiça aplicada a quem tira a vida a outro. Entre os países que ainda aplicam a pena capital estão os USA, China, Chile, Arábia Saudita, Japão e República do Bangladesh.
Portugal foi um dos primeiros países a abolir a pena de morte e outros países, como a África do Sul, Israel, Timor e Senegal, também a substituíram por prisão perpétua. Já a Maldivas, por exemplo, apesar da sua lei penal prever a pena capital, desde 1952 que ninguém foi condenado à morte, tendo esta pena sido convertida em prisão perpétua.
Esta iniciativa do Núcleo do Oeste da Amnistia Internacional teve por objectivo dar a conhecer os argumentos que existem a favor e contra a pena de morta, mostrando a fraqueza dos primeiros e a força dos segundos.
A responsável pelo Núcleo do Oeste, Teresa Mendes, destaca a importância desta iniciativa para que os jovens se apercebam que a pena de morte “não é justificável e tem que ser abolida em todos os países”.
Na Europa há vários anos que a pena capital foi abolida de praticamente todos os países. A excepção é a Bielorrússia, onde a Amnistia também defende a sua extinção. Para isso, tem a decorrer uma petição, que os alunos também assinaram no final, onde exigem o fim das execuções.
Esta organização internacional dos direitos humanos estima que nos últimos 20 anos tenham sido executadas naquele país da antiga União Soviética 400 pessoas, e denuncia que a crueldade da pena de morte vai muito para além da sua execução, uma vez que as famílias só têm conhecimento várias semanas ou meses depois e os corpos não lhes são devolvidos.
Relativamente ao resultado da votação, em que 49 alunos se mostraram a favor da pena capital, Teresa Mendes reconhece que é um número muito alto. Explica que nas iniciativas que têm organizado a maioria dos jovens tem estado sempre contra a pena de morte e estranha que “ainda existam alguns que sejam a favor e que apresentem os argumentos que se ouvem há muitos anos”.
Teresa Mendes reconhece que a situação actual, com o aumento da violência, leva a que alguns deles “não consigam ter a frieza suficiente para pensar de forma racional e perceber que a pena de morte é uma violência e, como tal, aumenta a violência já existente”.
A iniciativa, que reuniu 205 alunos da Escola Secundária Raul Proença e da Escola Secundária de S. Martinho do Porto, decorreu um mês depois do Dia Mundial Contra a Pena de Morte (10 de Outubro) permitindo aos professores que preparassem o tema em sala de aula com os alunos do 10º e 11º anos de escolaridade.
A sessão será repetida em breve com alunos de outras escolas.

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