
Reclamado há muito tempo, o projecto para o novo edifício da Unidade de Saúde Familiar (USF) de Santa Maria, na Benedita, tem esbarrado em questões burocráticas e na falta de financiamento. Mas tanto autarcas como o responsável pela Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), Luís Cunha Ribeiro, acreditam que estes entraves podem em breve ser resolvidos.
No passado dia 23 de Fevereiro, o presidente da ARSLVT aceitou o desafio lançado pela presidente da Junta da Benedita e foi àquela vila conhecer o terreno onde deverá ser feita a obra. Uma visita que não estava planeada, realizada após passagem do responsável pelo Vimeiro, mas na qual este ficou ainda a par dos problemas nas actuais instalações dos serviços de saúde, onde a falta de condições afecta diariamente o acompanhamento dos cerca de 10 mil utentes, servidos por cinco médicos.
Logo à entrada o responsável pelos serviços de saúde ouviu do médico Vítor Pedro o pedido para “uma casa nova”. E não foi preciso esperar muito para perceber que condições do edifício estão muito longe do que seria ideal. Não há espaço e há muita humidade. Mas Luís Cunha Ribeiro defende que não se deve gastar mais dinheiro nas instalações. Eu pedia às pessoas o sacrifício de aguardarem mais um bocadinho. O dinheiro que gastarmos aqui, é dinheiro que não podemos gastar lá [no edifício novo]”, disse.
Aos profissionais da USF que o receberam deixou ainda uma rápida explicação sobre os problemas que estão a verificar-se ao nível da construção de novos edifícios. “O drama que nós temos é que as construtoras vão à falência depois de terem ganho os concursos. E depois o que ficou em segundo lugar diz que não faz pelo mesmo preço”, o que obriga à abertura de novos concursos.
PROJECTO FOI FEITO EM 2009
Inaugurada em Dezembro de 2006, a USF da Benedita aguarda obras desde a sua criação. Em Julho de 2009 a Câmara de Alcobaça apresentou o projecto para o novo edifício. Orçada em um milhão de euros (valores de 2009), a obra irá permitir que a capacidade da USF aumente para 15 mil utentes. De acordo com a directora do Agrupamento de Centros de Saúde Oeste Norte, Teresa Luciano, há que “avaliar o que há de utentes sem médico e dar possibilidade de quem quiser ter médico aqui”, sendo que “os 15 mil utentes para a USF da Benedita podem ser preenchidos também com pessoas de concelhos limítrofes”.
Afiançando que “há empenhamento” em que a obra seja uma realidade, Luís Cunha Ribeiro recusa apontar prazos. “Temos essa intenção, mas não fazemos promessas em vão. Temos que ter um conjunto de garantias”, diz.
Ainda assim, a presidente da Junta da Benedita, Maria José Filipe, diz ter ficado “muito contente” com a visita do presidente da ARSLVT. E mantém a expectativa da primeira pedra do edifício ser lançada já no próximo mês de Maio, por ocasião do 28º aniversário de elevação da Benedita a vila.
Joana Fialho
jfialho@gazetadascaldas.pt






























