O município da Lourinhã aprovou, na reunião de câmara de 13 de julho, o protocolo de colaboração com a PATRIMONIUM – Centro de Estudos e Defesa do Património da Região de Peniche, para intervenções arqueológicas no denominado povoado histórico do Paço.
O projeto prevê a valorização patrimonial e arqueológica do Povoado Histórico do Paço, que assume uma importância para o território, para a sua identidade e para a comunidade local, pelo que a autarquia destina uma comparticipação de 2.500€ com vista a suportar parte dos custos com os trabalhos arqueológicos do presente ano, nomeadamente: prospeções de campo; escavações; estudo e promoção dos trabalhos arqueológicos.
O Povoado Histórico do Paço, balizado cronologicamente entre os finais do IV milénio a.C. e o decurso do III milénio a.C., localiza-se entre os concelhos de Lourinhã e Peniche, num planalto – o Planalto das Cesaredas -, onde se destaca um muro com 1,70 m de largo na vertente oeste, que se pensa corresponder a uma estrutura defensiva ou a um muro de despedrega de áreas agricultadas contíguas. Na sua componente artefatual, que parece indiciar uma ocupação de caráter doméstico, salienta-se a presença de cerâmica com decoração do tipo “folha de acácia”, bem como de pedaços de tear e de instrumentos líticos. O sítio arqueológico, identificado em 1987 por Helena Moura, está ligado às investigações realizadas no Maciço Calcário das Cesaredas, que se realizam desde meados do século XIX, altura em que foram descobertas as primeiras de uma série de grutas, como a da Casa de Moura e da Malgasta.
A aldeia pertencente à Lourinhã é palco da I Feira Celta do Paço, uma feira que recria o dia-a-dia do povo celta que ali viveu entre os séculos II d.C. e V d.C, e que teve início na passada sexta-feira e decorre até domingo, dia 24 de julho. Jogos tradicionais, espetáculos musicais com os Pauliteiros de Miranda, restauração e uma feira de artesanato são alguns dos divertimentos que vão marcar presença neste evento de entrada gratuita, e cuja autenticidade é salvaguardada graças à colaboração do próprio arqueólogo responsável pela escavação, Luís Rendeiro, da associação Patrimonium.































