Lojas do comércio tradicional aderiram à Black Friday

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Gazeta das Caldas

BlackFridayDo outro lado do oceano, nos Estados Unidos, a última sexta-feira de Novembro está assinalada no calendário como um dia de grandes oportunidades. As pessoas saem à rua para formar filas intermináveis à porta das lojas que, neste dia, estão em modo Black Friday (sexta-feira negra). O que procuram? As melhores promoções.
Apesar de ainda não ser uma tradição em Portugal, a Black Friday soma cada vez mais adeptos, tanto do lado dos lojistas como dos clientes. Em média, os descontos vão dos 10 aos 30%, um valor que fica um pouco áquem da percentagem praticada nos Estados Unidos (que sobe facilmente para os 50%).
Nas Caldas da Rainha, as lojas do comércio tradicional não ficaram atrás das grandes marcas e superfícies e, além de aderirem, a maioria optou por prolongar as promoções até domingo, transformando a Black Friday num Black Weekend (fim-de-semana negro).
Alda Sábio, proprietária da S.A. Fashion decidiu aderir à iniciativa no próprio dia, anunciando um desconto de 30% em artigos selecionados. “Vi a publicidade na internet, achei que era uma oportunidade, então comprei umas cartolinas logo de manhã e fiz uns cartazes a anunciar as promoções”, contou a responsável, para quem a Black Friday é uma solução para escoar os últimos números e algumas peças da estação anterior.
Quem também optou pelos 30% foi Elisabete Rebelo, gerente da Exclusive Boutique. Embora já tivesse o hábito de organizar um evento semelhante à Black Friday, “Os Três Dias Loucos”, a proprietária não deixou fugir a oportunidade de rentabilizar algum dinheiro. “Cheguei mesmo a enviar mensagens às minhas clientes, um gesto que me valeu a maioria das visitas de hoje”, afirmou a proprietária.
Da loja de lingerie Mirene, Maria Helena confessa que aderiu à Black Friday porque as “vendas estão muito más”. Embora seja do tempo em que era proibido fazer promoções fora da época legal dos saldos, Maria Helena tem agora consciência que “as circunstâncias mudaram, as pessoas agarram-se muito às promoções e nós temos que nos adaptar”. A também proprietária da ForMen destaca o facto da iniciativa atrair clientes às lojas do comércio tradicional, onde, garante, o atendimento “tem mais qualidade que nas grandes superfícies, porque o vendedor conhece verdadeiramente as funcionalidades do produto”.
A postos para comprar os primeiros presentes de Natal, chegam alguns clientes à Benetton das Caldas, uma loja que estendeu a Black Friday até domingo, embora a marca só impusesse a sexta-feira. Quem o diz é Helena Casimiro, a proprietária, que acrescenta: “só aderindo a estas experiências é que conseguimos impedir que as pessoas fujam para as grandes cidades para fazer compras”.
Ainda que muitas lojas do coração das Caldas tenham sido “blacks” por três dias, alguns lojistas defenderam que deveria existir mais divulgação por parte da associação de comerciantes (ACCCRO). “Há pessoas que ainda não conhecem a iniciativa, nem sabem quais os estabelecimentos aderentes”, comentou Paula Sousa, funcionária da loja Imagem.

“Black Friday” já teve conotação negativa

A expressão “Black Friday” ganhou popularidade através da polícia de Filadelfia, nos anos 90. E não pelas melhores razões. Os agentes da autoridade referiam-se ao dia após o feriado da Acção de Graças como um dos mais confusos, devido ao congestionamento nas estradas e às multidões que se juntavam para realizar as primeiras compras de Natal. Anos mais tarde, os comerciantes começaram a utilizar o termo “Black Friday” para fazer referência ao seu período de maior lucratividade. Hoje, a expressão já ultrapassou fronteiras, chegando a todo o mundo com uma certeza: neste dia, haverá promoções.

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