
Os especialistas do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) apresentaram à Câmara das Caldas um conjunto de medidas para salvaguarda do Penedo Furado, junto à Lagoa de Óbidos. O estudo foi encomendado depois da queda de partes daquele geomonumento, no ano passado.
O Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) apresentou à Câmara das Caldas um conjunto de medidas a ser tomadas para contribuir para a preservação do Penedo Furado, na Foz do Arelho. Os especialistas salientam que a zona do arco e a face sudeste do hasteal rochoso encontram-se numa situação muito vulnerável, pelo que são os alvos prioritários de intervenção. Assim, recomendam a desinfestação da vegetação existente no topo do maciço e o preenchimento das fendas e das fracturas mais abertas, preferencialmente com argamassas à base de cal.
Estas intervenções propostas permitem minimizar e retardar o processo de degradação do geomonumento, “esvanecendo os efeitos da acção das raízes das plantas e da circulação da água no interior do maciço e promovendo a consolidação das descontinuidades que controlam a queda, ou desprendimentos de cunhas de material”, refere o documento. Apesar de actuarem directamente no geomonumento preservam, no entanto, no essencial a sua “identidade geológica e estética”.
Admitem também, em caso de necessidade, a adopção de intervenções mais rígidas e duradoiras como o revestimento das superfícies rochosas com betão projectado ou a construção de estruturas que permitam suportar a zona do arco. A viabilidade deste tipo de medidas, que os especialistas caracterizam como “potencialmente descaracterizadoras” do geomonumento, teria que ser decidida pela Câmara das Caldas.
Este parecer técnico foi apresentado na última Assembleia Municipal, que se realizou no passado dia 25 de Outubro, tendo o deputado do MVC, Edgar Ximenes, defendido que o mais importante é evitar que a acção humana ajude à degradação. “É impensável fazer grandes intervenções que acabariam por desvirtuar aquele mesmo monumento natural”, disse.
Já o deputado socialista Jaime Neto sugeriu para que houvesse informação disponível sobre o geomonumento para as pessoas que por ali passam.
Localizado na margem norte da Lagoa de Óbidos, o Penedo Furado é um enorme rochedo com milhões de anos, onde a erosão fez uma abertura em forma de arco. Já em finais de 2012, um relatório técnico-científico do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) sobre o estado de conservação do Penedo Furado, na Foz do Arelho, recomendava obras de preservação do monumento geomorfológico, que vieram a ocorrer três anos depois.
O relatório do LNEC avançava com recomendações para a preservação do Penedo Furado com base em trabalhos de suporte provisório da zona mais fragilizada, a consolidação das superfícies, a eliminação das raízes infiltradas, o fechamento das aberturas, a regularização de toda a superfície intervencionada e a criação de barreiras de vegetação contra a acção do vento, referia a Gazeta das Caldas.
Este é o único monumento do género que não está junto ao mar.






























