Acho que não. A floresta está cheia de lixo e mato. Eu não estou muito por dentro do assunto, mas acho que perfeito não está. Entendo que a responsabilidade é dos proprietários, que têm as suas obrigações, mas que a Câmara e outras entidades também as têm. Se trabalhassem em conjunto, as coisas funcionavam.
O mato alto, juntamente com a cultura de eucalipto, faz com que vivamos todos os dias em risco. Tem havido um esforço da protecção cívil e da autarquia para sensibilizar as pessoas para a limpeza dos terrenos, mas a população está envelhecida, principalmente nos meios rurais, e há falta de interesse dos mais novos na preservação dos terrenos.
Julgo que o governo central deve fazer uma reforma a nível de prevenção de incêndios, com os reclusos no terreno a trabalhar, vigilância por parte das forças armadas e mais meios para os bombeiros. Também me preocupa o abate de árvores centenárias, tais como o carvalho, para colocar eucalipto à toa.
Sou da Beira Alta, morei lá até aos 14 anos e praticamente não havia incêndios nessa altura. Cada família limpava as matas, colocava o mato nos animais e depois este ía para a terra, fazer de adubo. Agora é o que se sabe.
Segundo a estatística do governo 97% da mata é dos privados e 3% é do Estado, é muito desproporcional. Também houve abandono do campo…
O ordenamento precisava de uma mão de ferro para traçar linhas entre todos os responsáveis. Mas linhas que ficassem, que não fossem mudadas a cada governo.