
O momento ideal das marés, de modo a que a intervenção seja o mais rápida possível é a justificação das entidades. Obra arranca no dia 22
A intervenção de reabertura da ligação entre a Lagoa de Óbidos e o mar está prevista começar a 22 de março, aproveitando o momento ideal das marés, de acordo com os técnicos da Agência Portuguesa do Ambiente (APA). O objetivo é que a retirada da areia, com equipamentos das câmaras das Caldas e de Óbidos e custeada pela APA, possa demorar o menor tempo possível.
As notícias que deram conta que a Lagoa voltou a ficar sem ligação ao mar e da denúncia da Comissão Cívica de Proteção das Linhas de Água e Ambiente para o “cheiro nauseabundo, a cor preta dos dragados e a existência de várias partículas, supostamente altamente tóxicas” no Braço da Barrosa, preocupou a comissão concelhia das Caldas do PCP, que emitiu um comunicado, no qual defende uma intervenção “rigorosa e eficaz” naquele ecossistema. A Concelhia considera que as notícias revelam que a “intervenção não está a ser eficaz” e constatam que, no decorrer desse mesmo processo, “não estão a ser tidas em conta as consequências ambientais das dragagens”.
Para o PCP, este é apenas “mais um triste capítulo nas intervenções de que a Lagoa de Óbidos tem sido alvo”, lembrando que após a intervenção de 2015/2016, a segunda fase de trabalhos só seria aprovada a 14 de dezembro de 2017. A intervenção só arrancaria em agosto do ano passado, que teve como primeiro testo o “infame jato de lama preta lançado para o mar na ponta do Gronho, a sul da praia do Bom Sucesso” em plena época balnear. “Pelos vistos, ao longo de tantos adiamentos e de insólitas intervenções, o perigo do desligamento da Lagoa de Óbidos ao mar manteve-se não só real, mas concretizável”, refere o comunicado.
Relativamente ao Braço da Barrosa, o PCP relembra que, há cerca 30 anos, o então eurodeputado José Barata Moura visitou o local numa embarcação de pescadores. Observou-se na “altura o elevadíssimo nível de poluição das águas, que correspondiam, aliás, à descrição feita agora pela Comissão Cívica de Proteção das Linhas de Água e Ambiente”, descreve, acrescentando que “fica evidente que também a despoluição dos seus braços tem sido negligenciada”.
A Comissão Concelhia das Caldas da Rainha do PCP defende que a Lagoa de Óbidos seja classificada como Paisagem Protegida de Âmbito Regional e quer que sejam dados “passos firmes e rigorosos” para a sua despoluição e desassoreamento, num trabalho conjunto das autarquias das Caldas e Óbidos e com o apoio técnico e financeiro do poder central. Quer ver definido um plano concreto e eficaz para a Lagoa, de modo a prevenir os adiamentos e os insucessos que têm marcado negativamente a história recente daquele património natural, conclui. ■






























