Land Arte – uma arte efémera na praia, na vila e nas margens da lagoa

Teve lugar, a 14 de Junho, na sede da Junta de Freguesia da Foz dos Arelho, a conclusão da I Bienal Internacional de Land Arte daquela localidade. A iniciativa teve vários momentos como uma performance, a 5 de Junho, feita na praia da Foz do Arelho. A iniciativa contou ainda com uma apresentação de vídeos, de fotografias e ainda uma exposição que marcaram o culminar do evento.
A Land Arte é uma corrente de arte contemporânea, iniciada no final dos anos 60, em que se utiliza os espaços e recursos naturais (madeira, pedras, areia, rochas e pedras) para realizar as obras de arte. Como são obras efémeras, delas apenas ficam os registos fotográficos ou de vídeo. Este tipo de arte defende o ambiente e atrai centenas de visitantes. Um dos exemplos é a grande obra escultórica, feita com terra, designada “Plataforma Espiral” de Robert Smithson, e que foi construída no Grande Lago Salgado, no deserto do Utah, nos EUA.
Na praia da Foz do Arelho, a 5 de Junho, fizeram-se desenhos de grande escala com a ajuda de um tractor. As obras são da autoria de dois artistas – Teresa Rita e Viriato da Silveira – organizadores desta iniciativa.
“As intervenções de Land Arte poderiam ser interessantes e um motivo de atracção a esta região”, disse Viriato da Silveira, escultor, formado nas Belas Artes de Lisboa, que mora nas Caldas há vários anos e que coordena esta iniciativa.
Para este autor, também o escultor caldense João Fragoso “é uma referência da Land Art em Portugal pois também usava materiais naturais – madeiras e cordas – para realizar as suas intervenções”. Há várias obras onde o artista caldense usa este tipo de materiais e que se encontra no Atelier-Museu João Fragoso, no Centro de Artes.
“Nos anos ímpares vamos promover a Land Arte na Foz do Arelho e, nos anos pares, queremos continuar a promover a Bienal de Pintura das Caldas da Rainha”, disse Viriato da Silveira. O coordenador explicou que no próximo ano será promovida a terceira edição do evento cuja primeira vez decorreu nos Pimpões e que dois anos depois decorreu apenas on-line.
“Vivemos uma crise grande. Ninguém tem dinheiro para comprar nada e por isso expomos as obras apenas on-line”, disse o coordenador, acrescentando que a realização da Bienal de Land Arte da Foz do Arelho decorre sobretudo com recurso às novas tecnologias. Foi para o site do evento que vários artistas enviaram registos e vídeos para a galeria virtual e que têm por base a natureza.
“Entendi apoiar esta iniciativa já que a minha missão é trazer gente à Foz do Arelho. Os eventos que tiverem esse objectivo, podem contar com o apoio total da Junta de Freguesia”, afirmou Fernando Sousa, presidente da Junta da Foz do Arelho, acrescentando que está disponível para continuar a apoiar esta realização.