Mostra documental apresenta como as Caldas nos anos 20 foi percursora nos cuidados materno-infantis e modelo a quem queria instaurar modelos simulares noutras localidades
A exposição “Casas de Bem-Fazer: o Lactário-Creche Rainha D. Leonor” abriu a 22 de novembro no Hospital Termal. A inauguração, assistida por dezenas de pessoas, contou com responsáveis do PH, da autarquia e da Misericórdia das Caldas.
Esta é uma exposição documental, integrada no programa comemorativo dos Cinco Séculos de Legado da Rainha D. Leonor, e também assinala o Centenário da Misericórdia das Caldas (que decorrerá em 2028) e do próprio Centenário do Lactário-Creche Rainha D. Leonor. Na inauguração, a provedora Maria da Conceição Pereira anunciou a criação de um grupo de trabalho para pensar as celebrações que decorrem daqui a três anos.
Fundado a 18 de novembro de 1925, durante as celebrações do IV Centenário da morte da Rainha D. Leonor, o Lactário-Creche foi inaugurado no Hospital Termal, por iniciativa de um grupo de senhoras voluntárias que queriam apoiar mães e crianças de famílias carenciadas.
“Foi das primeiras entidades no país a apoiar crianças e mães e há uma notícia sobre o Lactário logo na primeira edição da Gazeta das Caldas, em 1925”, disse a historiadora Joana Beato Ribeiro, responsável pela organização da mostra sobre o Lactário-Creche que antecede o Jardim de Infância Leonel Sottomayor, que fica próximo dos Pimpões.
O Lactário-Creche das Caldas foi visitado por responsáveis de vários pontos do país que vieram ver como funcionava o Lactário-Creche das Caldas pois queriam implementar também congéneres nas suas localidades.
Conforme documenta a exposição vieram responsáveis de Castelo Branco, Ponta Delgada, Portimão, Figueira da Foz, Alcobaça e Guimarães. Vieram também responsáveis da Fundação Rockefeller às Caldas, interessada em financiar estas entidades assistenciais em Portugal.
A exposição, patente na Sala Dr. Mário Gonçalves, possui máximas que vieram do ABC das Mães, uma das publicações que o Lactário editou. Em 1927, o médico Fernando Correia dava a conhecer, na Gazeta, que a cada dois dias, morria uma criança com menos de cinco anos nas Caldas, ou seja, a mortalidade infantil era muito elevada. “Era essencial o apoio prestado pelo Lactário”, informou a historiadora. A exposição – que terá visitas guiadas – está patente ao até 31 de dezembro.

































