O mês de Julho trouxe alguns indicadores positivos relativamente à economia do Oeste. Os números são bons, quando comparados com os meses anteriores e trazem alguma esperança, mas ficam ainda muito longe dos valores que se registavam em igual período no último ano. O desemprego, as exportações e as importações e a constituição/dissolução de empresas são dados económicos fornecidos pelo Instituto Nacional de Estatística que permitem fazer uma análise mais pormenorizada acerca da situação
Um do sinais mais positivos surgiu no mês de Julho no mercado de trabalho, durante o qual o número de inscritos no Centro de Emprego Oeste Norte diminuiu. Segundo dados do Instituto de Emprego e da Formação Profissional, o Centro de Emprego Oeste Norte tinha em Julho 5884 pessoas inscritas à procura de emprego, menos 0,5% do que no mês de Junho.
Esta ligeira diminuição segue-se a quatro meses consecutivos a subir, período durante o qual se registam mais 2021 inscritos no centro de emprego que congrega os concelhos das Caldas da Rainha, Alcobaça, Bombarral, Cadaval, Nazaré, Óbidos e Peniche.
Estes dados significam, porém, que a crise associada à pandemia de covid-19 já destruiu na região, pelo menos, 2218 empregos em relação a Julho de 2019, um crescimento de 60,5% em relação ao mês homólogo.
No entanto, apesar de não se tratar de uma recuperação notória, regista-se uma acalmia no mercado de emprego, numa fase do ano em que a sazonalidade do turismo e das colheitas frutícolas criam picos mínimos no desemprego até ao mês de Setembro.
No que aos concelhos diz respeito, Nazaré (-10,6%), Peniche (-1,8%), Alcobaça (-0,8%) e Caldas da Rainha (-0,3%), são os que registam regressão no número de desempregados inscritos no mês de Junho.
Cadaval (4,4%), Óbidos (4,6%) e Bombarral (6,2%) são os concelhos onde o desemprego continuou a aumentar.
Em relação ao aumento homólogo do número de desempregados registados, o concelho da Nazaré (96,1%) apresenta o crescimento mais significativo na região, seguido de Óbidos e Caldas da Rainha, ambos acima dos 70%. O Bombarral (36,4%), surge como o concelho menos afectado, seguido de Peniche (40%).
EXPORTAÇÕES ALIVIAM QUEBRA
As exportações de bens da região Oeste continuaram em Junho no vermelho.
Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, em todos os primeiros seis meses do ano as vendas da região para o estrangeiro apresentam-se inferiores em relação aos meses correspondentes do ano passado. Isto significa que a crise pandémica só veio potenciar uma situação de quebra que se iniciou em Janeiro.
Nos primeiros seis meses do ano, o Oeste vendeu bens para o estrangeiro no valor de 551,2 milhões de euros, menos 11% do que no primeiro semestre do ano passado. A região viu diminuir as suas vendas para o espaço da Europa comunitária em 18%, mas, curiosamente, aumentou as exportações para o resto do mundo em 11%. Junho é, tradicionalmente, um dos meses em que o Oeste menos exporta ao longo do ano (menos só em Agosto). No entanto, o volume de exportações foi este ano superior em Junho do que nos meses de Abril e Maio, nos quais o confinamento teve efeitos muito negativos na indústria, inclusivamente encerramento temporário de algumas unidades fabris. Em Junho deste ano o Oeste exportou menos 7% do que no mês homólogo do ano passado, mas mesmo assim trata-se de uma quebra inferior à verificada nos meses de Fevereiro a Maio, período em que oscilou entre os 8% e os 18%. A quebra nas exportações é acompanhada pela das importações de bens, que no primeiro semestre do ano reduziram os mesmos 11%. Apenas em Fevereiro o volume de importações do Oeste cresceu em relação ao mês homólogo. Em Maio as importações reduziram 27%, a maior quebra mensal desde que o INE disponibiliza dados (2011), o que se pode explicar pela falta de necessidade das empresas em renovar stock para as suas produções após o período de confinamento.
Entre os concelhos, a maioria tem tendência de descida. Em franco contraciclo está Óbidos, que apresenta um crescimento de 70% em relação ao primeiro semestre de 2019, de 5,6 milhões de euros para 9,6 milhões. Há mais dois concelhos a apresentar crescimento nas exportações e são ambos de cariz agrícola, o Cadaval (18%) e o Bombarral (1%). Lideram as descidas as Caldas, Arruda dos Vinhos e Nazaré, todos com quebras homólogas acima dos 30%.
menos empresas criadas este ano
Segundo o Instituto Nacional de Estatística, entre Março e Julho deste ano criaram-se menos 206 empresas no Oeste relativamente aos mesmos cinco meses do ano passado. Trata-se de uma quebra de 36,6%, que tem paralelo na dissolução de empresas, variável na qual se baixou 38,1% no mesmo período.
Nos cinco meses em análise, em 2019 foram criadas 529 empresas e fecharam 202. Já este ano foram criadas 335 e fecharam 125.
De resto, o saldo entre a constituição e a dissolução de empresas no Oeste nestes meses é de 210, inferior à dinâmica de 2019 (327), mas acima dos números de 2018 (198).
De Março para cá o número de novas empresas tem vindo a aumentar, tendo tido um pico em Julho, com a criação de 90 empresas. O pior mês foi mesmo Abril, com apenas 29.
Nas Caldas da Rainha este saldo é o mais baixo desde 2017. Retirando as que fecham às que abrem, o concelho apresenta tem 33 empresas, quando no mesmo período em 2019 tinha 58 e em 2018 foram 37. Em 2017, ano que mais empresas fecharam (39), o saldo foi de 31.
No concelho caldense o mês de Abril registou saldo negativo (três criadas e seis encerradas), algo que não acontecia desde Março de 2017, mês durante o qual foram criadas 10 empresas no município, tendo 17 entidades fechado as portas.






























