As condições climatéricas adversas não permitiram que a Procissão Penitencial da Ordem Terceira, também conhecida por Procissão da Rapaziada, saísse à rua na tarde de domingo, em Óbidos. Ainda assim cerca de 60 “rapazes” (homens que envergam as capas e carregam os andores) marcaram presença na cerimónia presidida pelo padre Vítor Melícias, que se fez dentro de portas, na Igreja de Nossa Senhora de Monserrate.
Segundo Carlos Orlando, da organização desta procissão, o padre Vítor Melícias referiu na sua homilia que Óbidos é uma terra de Santa Maria, “como o atestam a igreja e a praça existente no centro da vila, que se constituiu no coração espiritual e social da vila”.
O sacerdote salientou ainda que nesta terra foi fácil originar a presença dos franciscanos, com grande reflexo na sociedade civil, de onde resultou a ordem laica dos Terceiros de S. Francisco, instalados desde a primeira metade do século XVIII na capela de Nossa Senhora de Monserrate (nos arrabaldes da vila).
O padre Vítor Melícias articulou a sua homilia com as vidas dos santos que se encontravam nos andores decorados, preparados para sair à rua. Sobre Santo Ivo e Santa Margarida de Cortona, por exemplo, disse terem sido os santos que fundaram a primeira Misericórdia, em Itália.
O sacerdote também elogiou o património cultural, sobretudo o continuar a realizar esta procissão e as imagens que integra, datadas de 1849, e que se encontram em “perfeito” estado de conservação.
De acordo com Carlos Orlando, continua a existir um grande grupo de jovens “sensibilizados para a manutenção desta procissão e que, ao mesmo tempo, contribuem para a defesa e salvaguarda do património cultural”.
Actualmente, a procissão da rapaziada é organizada pelas paróquias de Santa Maria e S. Pedro de Óbidos, Santa Casa da Misericórdia da vila, comissão da Semana Santa e conta com o apoio da autarquia.






























