Jovens caldenses prosseguem caminhada rumo à JMJ na Jornada Diocesana da Juventude

Os jovens da paróquia de Caldas da Rainha participaram na Jornada Diocesana da Juventude de Lisboa, que decorreu em Oeiras no fim de semana de 19 e 20 de novembro, no âmbito do Domingo de Cristo Rei. A atividade organizada pelo Serviço da Juventude do Patriarcado de Lisboa / COD Lisboa (Comité Organizador Diocesano da JMJ Lisboa 2023) integra a caminhada que culmina com a Jornada Mundial da Juventude, tendo juntado mais de 4000 jovens, segundo dados da Proteção Civil presente no evento, no Jardim Municipal de Oeiras, para momentos de reflexão, partilha, oração e festa, sob o mote “Maria levantou-se e partiu apressadamente” (Lc 1,39) (o tema da mensagem do Papa Francisco para a XXXVII Jornada Mundial da Juventude).

O grupo caldense, que se fez representar com 46 dos seus jovens da catequese Say Yes e do grupo de jovens, assistiu e interveio no workshop “Partir para encontrar a luz”, um dos vários workshops decorridos na Escola Secundária Sebastião e Silva na tarde do primeiro dia de atividades, no qual o filósofo e escritor, com experiência no apoio emocional aos familiares de vítimas de desastres aéreos, José Luís Nunes Martins, abordou o tema da morte e realçou a importância de ajudar o outro que sofre através da “presença”, da escuta ativa e do “cuidar das coisas simples”, referenciando os versículos 35 a 40 do 25.º capítulo do Evangelho segundo São Mateus, em que Jesus atribui a herança do Seu Reino aos que deram de comer aos famintos, de beber aos sedentos, hospedaram os estrangeiros, vestiram os nus, visitaram os doentes, ou foram ver os presidiários, fazendo, tudo isso, simultaneamente a Ele mesmo. José Martins salientou ainda a premência de aproveitar a vida “dada por Deus”, mesmo enquanto a missão pessoal ainda está em processo de descoberta, e de se ser grato pelos que nos rodeiam, devotando a vida ao amor ao outro, para se viver bem e feliz.

De seguida, os jovens assistiram ao concerto dos HMB, tendo ainda recebido um autógrafo dos mesmos na cruz que transportaram. Cantaram-se os hits e, entre eles, os músicos relembraram a importância de abandonar a “vergonha” de se assumir como cristão e de anunciar Jesus ao mundo.

Já durante a noite, realizou-se uma vigília com D. Joaquim Mendes, bispo auxiliar de Lisboa, em que se partilharam testemunhos do caminho com Jesus: o de um seminarista que nunca imaginaria que viria a ser padre e que ostentava um futuro promissor a avaliar pelo seu sucesso académico, tendo inclusive tido uma relação séria que o fazia perspetivar e sonhar com o matrimónio, mas que, através de “pequenos sinais” e de uma vontade que ia brotando intermitentemente, mas de forma crescente, decidiu aderir ao seminário, onde encontrou a sua vocação, mesmo com percalços e dúvidas pelo caminho. E o de um casal que encontrou a vocação do matrimónio, e que testemunhou a ação de Deus na sua vida depois de ver os planos para o futuro meticulosamente organizados por si serem significativamente alterados devido a circunstâncias que obrigaram o casal a apoiar a família da noiva financeiramente, adiando, assim, a boda, que, no entanto, lhes foi “providenciada”, assim como o aluguer de casa tão desejado, graças à ajuda de amigos e familiares, revelando-se a experiência “melhor” do que tinham imaginado. O episódio ensinou-os a perder um pouco a necessidade de querer manter tudo sob controlo e a confiar mais nos planos de Deus.

Os jovens pernoitaram no Pavilhão Desportivo São Julião da Barra, para, no domingo de manhã, começarem o dia com um momento muito animado de dança e de canto, com o hino da Jornada Mundial da Juventude, “Há Pressa no Ar”, em destaque, a que se seguiu uma oração da manhã com casais do movimento das Equipas de Nossa Senhora e uma conversa com o Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, a quem os jovens deram a conhecer os seus pensamentos sobre a Igreja através de um questionário online cujas respostas foram lidas pelo sacerdote no próprio decorrer da atividade.

1. Manuel Clemente encorajou os jovens a partirem apressadamente, seguindo o exemplo de Maria, para anunciar o Evangelho, o que, referiu, se faz, em primeiro lugar, escutando o outro e escutando Deus, para que se faça coincidir a pergunta dos outros, e do próprio, com a resposta Daquele. “Vocês são a resposta”, disse o Cardeal aos jovens, que têm um potencial evangelizador sem limites desde que saibam ouvir a voz de Deus no seu coração, e assim far-se-á, como se fez quando Maria disse que sim e Jesus nasceu. “O Evangelho, quer dizer, esta boa notícia que Jesus nos traz, que Maria recebe, Maria leva a Isabel e que nós, os cristãos e as cristãs, tentamos fazer de há dois mil anos para cá – e eu julgo que isto ainda vai tudo muito no princípio -, isto parte de Deus, parte do Espírito de Deus. Nós aceitamos, e, onde estivermos, vamos, como Maria foi. Lembrem-se sempre disto”, rematou D. Manuel Clemente.

Antes do almoço houve ainda tempo para um Abraço ao Mundo JMJ, na praia de Santo Amaro de Oeiras, com os 4000 jovens a formarem círculos, de mãos dadas, em torno das 193 bandeiras do mundo seguradas por jovens, simbolizando o acolhimento que darão (e que já estão a preparar) a todos os jovens peregrinos, que se esperam aos milhões, aquando da Jornada Mundial da Juventude.

O fim-de-semana acabou com uma missa de envio, em que foi celebrada a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, naquele Domingo de Cristo Rei, o 1.º domingo do Advento, missa essa presidida pelo Cardeal-Patriarca e em que participaram dezenas de padres e seminaristas, e que contou, na sua audiência, com mais de 5000 pessoas, entre jovens e adultos que vieram para a ocasião. Na homilia da liturgia, que foi transmitida em direto para o Facebook do Município de Oeiras, e dada a solenidade em questão, D. Manuel Clemente falou da “estranha” realeza de Jesus Cristo, um rei que teve por “trono” a “cruz”, e que, dois mil anos depois, continua a ser celebrado, não para “lembrar o passado”, mas sim numa perspetiva de uma “realidade presente”. A Sua atratividade, explicou o Cardeal-Patriarca, deve-se, “certamente”, a Cristo “vir de Deus”, mas também porque “deu a vida”, e “reina quem cede”, sendo por sua causa que tantos jovens estavam ali reunidos, de “livre vontade”, salientou.

Ao longo do evento, esteve ainda a decorrer a feira dos movimentos e das vocações, com várias congregações e movimentos cristãos, com presença em Portugal e a nível internacional, a marcar presença e a esclarecer os jovens. O Parque do Perdão esteve ainda aberto, em vários períodos ao longo dos dois dias, para os jovens se poderem confessar e realizar um exame de autoconsciência, com a ajuda dos vários padres dispersos pelo espaço verdejante reservado à atividade, no Jardim Municipal de Oeiras.

As atividades de preparação para a Jornada Mundial da Juventude, que acontece de 1 a 6 de agosto de 2023, em Lisboa, para jovens de todas as religiões e credos, com a presença do Papa Francisco, prosseguem agora a nível paroquial, mas o Comité Organizador Diocesano de Lisboa, com sede aberta ao público, continua com um plano de atividades semanal, que vai sendo revelado nas redes sociais (@cod.lisboa.juventude, no Instagram, e COD Lisboa no Facebook), e que inclui atividades como partilha de testemunhos diversos, celebrações de diversas efemérides como a passagem de ano, atividades desportivas, conversas acerca os patronos da JMJ, entre outros momentos que se revelam também oportunidades para a oração e para a promoção do espírito de partilha e de comunhão, sem esquecer as missas às quintas-feiras (das 19h e das 21h) realizadas na sede, na Rua do Grilo, 84, Beato, Lisboa.