Jovem de Rio Maior integrou missão solidária em Beirute para auxiliar população

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O jovem de Rio Maior esteve em Beirute nos primeiros dias de Setembro | DR

Rodrigo Ricarte viveu recentemente uma missão solidária em Beirute, capital libanesa atingida por uma forte explosão e que causou milhares de desalojados, feridos e perto de 200 mortos. Natural de Alcobertas, este jovem quer continuar a ajudar o próximo

O riomaiorense Rodrigo Ricarte nem pensou duas vezes quando surgiu a oportunidade de integrar uma missão humanitária a Beirute.
A capital do Líbano foi atingida por uma enorme explosão que aconteceu no porto, a 4 de Agosto, deixando 300 mil pessoas desalojadas, 200 mortos confirmados e milhares de feridos. O jovem, de 19 anos, quis integrar a missão solidária que foi coordenada pela médica Andreia Castro e que teve lugar entre os dias 3 e 7 de Setembro.
Foi uma segunda missão coordenada por aquela profissional de saúde que já tinha estado na maior cidade libanesa, quatro dias após a explosão. Nesta segunda viagem – com um carregamento de material clínico e oito mil euros angariados -, a médica portuguesa já sabia que os hospitais estavam sem material, sem financiamento e sem capacidade de dar medicamentos à população. Quando regressou, Andreia Castro levou um pequeno grupo de voluntários, no qual se integrou Rodrigo Ricarte e Beatriz Valentim, jovem voluntária que é familiar de Rodrigo e que também é de Alcobertas, aldeia de Rio Maior.
“Quando vi aquelas imagens de destruição, quis logo partir para ajudar”, disse Rodrigo Ricarte que, com Beatriz, fez antes de viajar uma recolha na sua aldeia, através da “Caixa solidária – Ajuda a Beirute”. As ofertas da população de Alcobertas reverteram para a compra de medicamentos e de material médico para posteriormente entregar à população libanesa.

Gostaria de voltar a Beirute, pois é preciso
continuar a ajudar a população

Rodrigo Ricarte

O grupo de voluntários distribuiu bens nos bairros próximos do porto, muito atingidos pela explosão. O grupo de jovens fez a entrega e a distribuição de medicamentos à população local, naqueles primeiros dias de Setembro, em várias zonas destruídas da cidade.
Rodrigo Ricarte diz ter ficado impressionado com as muitas histórias de famílias que perderam elementos por causa da explosão. Nomeadamente a de um homem que perdeu a mulher e ficou a cuidar dos seus cinco filhos. E também se emocionou com as muitas crianças que “se agarravam” às t-shirts para lhes “pedir dinheiro”. Também não foi fácil para o jovem lidar com a destruição massiva, causada pela explosão.
O Líbano atravessa um período muito difícil, com graves problemas socioeconómicos. Além da tragédia humanitária causada pela explosão, soma-se a pandemia, o que faz com que as vítimas tenham muitas carências a vários níveis: desde a falta de condições em que ficaram as habitações, assim como na dificuldades em conseguir alimentação regularmente e muita falta de cuidados de saúde.

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UM JOVEM SOLIDÁRIO

Rodrigo Ricarte costuma participar em iniciativas solidárias em território nacional. A ida a Beirute foi a primeira experiência internacional mas em Portugal o riomaiorense já participou em vários tipos de experiências.
À Gazeta das Caldas o jovem contou que já esteve em Pias (Alentejo) e em Ourique e tem trabalhado com idosos e crianças. Já pintou habitações para melhorar as condições de vida de algumas famílias e também participou em actividades que tiveram lugar em centros de dia, lares de idosos e centros escolares. Também prestou apoio a doentes que estavam em unidades de cuidados intensivos. E garante que quer continuar a prestar apoio ao próximo quer seja em iniciativas ligadas a várias universidades como a Escola Superior de Turismo do Estoril e a Escola Superior de Veterinária.
O riomaiorense também faz parte dos grupos de apoio ligados à igreja e por isso é com frequência e muito gosto que integra estas missões de auxílio ao próximo. O jovem de Alcobertas tirou o curso de Técnicas de Restauração e Bebidas na Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste. Prosseguiu a formação e tirou o curso de nível 5 do mesmo curso na Escola do Estoril que também pertence ao Turismo de Portugal. Por causa da pandemia o seu estágio final do curso que deveria ter decorrido a partir de Março, só se pode concretizar entre os meses de Junho e Agosto. O aluno passou o estágio com distinção, pois foi convidado a ficar e hoje trabalha no restaurante do projecto JNcQuoi, na Avenida da Liberdade, em Lisboa. Quer muito poder voltar ao Líbano. Além da ligação de amizade que o une aos restantes voluntários, também deixou amigos em Beirute que gostaria de rever. E sente que as missões internacionais têm um papel fundamental no apoio à população.

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