Jornalista belga publica guia turístico em francês sobre as Caldas da Rainha

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A autora belga gostaria de servir de ligação entre a comunidade estrangeira e os caldenses | Natacha Narciso

Uma autora belga publicou um guia turístico das Caldas e da região e propõe-se ser um elemento de ligação entre os caldenses e a comunidade estrangeira que continua a crescer no Oeste. Chama-se Pascale Haustrate, mas é mais conhecida por Calou Gato.

 

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A belga Pascale Haustrate (ou como é mais conhecida Calou Gato) veio para as Caldas há um ano onde o seu pai, reformado, já vivia há três.

A autora, de 51 anos, deixou-se encantar por Portugal e pela região Oeste, mas diz que apesar de se sentir bem vinda “não há quase nada em língua estrangeira para nos informar sobre a localidade”.
A empresária, que possui a sua própria editora, diz que a maioria das pessoas estrangeiras que se instala são reformados e “vêm sem nenhum conhecimento sobre a História, a cultura, ou o sistema de saúde deste país”. E é por isso que acha que os estrangeiros preferem continuar a falar a sua língua e a viver em comunidade. Dizem que falar português “é muito difícil” e que já não conseguem aprender uma nova língua na idade deles.
Ao todo, vivem no Oeste cerca de 3500 estrangeiros, sobretudo no Bom Sucesso, S. Martinho e Salir do Porto, Nadadouro e Salir de Matos.
Além do clima e da gastronomia, muitos escolheram Portugal “por causa das vantagens fiscais”, disse Calou Gato. O problema é que acabam “por ficar fechados sobre si próprios com pouco conhecimento sobre o que os rodeia”, acrescentou a autora, que acha que a comunidade estrangeira vai continuar a aumentar. “Há neste momento pessoas que se estão a mudar do Algarve para cá”, disse.
E por sentir falta de informação na sua língua, decidiu arregaçar as mangas e fazer um guia sobre as Caldas em francês. Visitou a Biblioteca Municipal amiúde onde estudou sobre a história local tendo reunido informação preciosa para quem quer conhecer um pouco mais sobre as Caldas, que agora publicou. “A Mata, por exemplo, é um lugar fantástico e os francófonos não conheciam… São 14 hectares no meio da cidade!”, disse.
Calou Gato quer contribuir para uma melhor integração dos estrangeiros no Oeste e, para já, fá-lo de forma gratuita, sem apoios institucionais. Apenas obteve apoio financeiro de algumas empresas da região que lhe permitiram editar o seu guia a cores. Este teve uma primeira edição de 700 exemplares que, além dos textos, também tem fotografias da autora belga.
Os guias turisticos “La Vie en Rose au Portugal” são disponibilizados de forma gratuita no Posto de Turismo, ao cimo da Praça.
O seu roteiro tem 150 páginas e divide-se em duas partes. A primeira dá a conhecer as diferentes zonas da cidade. “Quando a pessoa chega às Caldas vem de carro e estaciona no centro”, disse a belga, acrescentando que então convida-as a andar a pé e a conhecer o que está em volta da Praça da República (Praça da Fruta), do Hospital Termal, do CCC, da Biblioteca Municipal e da Expoeste. Além daquelas áreas dão-se também a conhecer os vários espaços museológicos e igrejas caldenses.
Esta parte é ilustrada por muitas fotografias e textos pequenos sobre a própria história da cidade.
A segunda parte, designada “para os especialistas” destina-se a quem gosta de aprofundar um pouco mais sobre a história da localidade, a sua vida social e económica e a sua ligação às artes e à cultura ao longo dos séculos.
No guia turístico dão-se a conhecer algumas fábricas e suas lojas, os Silos, as escolas e os desportos que por cá se praticam. São igualmente referidos contactos úteis como os CTT, as estações dos comboios e dos autocarros, o hospital, o Montepio, a Câmara e o Posto de Turismo.
Refere também artistas e seus ateliers como é o caso de Vítor Mota, Carlos Oliveira, Fernando e Milena Miguel, Liliana Alves, Cecília Ribeiro, Orlando Trindade, Paulo Tuna, Santos Pessoa, Carlos Enxuto e Ana Sobral.
O guia turístico dá também a conhecer um pouco sobre a Foz do Arelho, Tornada e Salir do Porto, além de referir o que há para visitar e a que distância da cidade ficam as restantes freguesias.
O guia tem informação recolhida em diversas fontes, incluindo a Gazeta das Caldas, como é o caso da história dos Capristanos que também vem contada nesta edição.

UM PROGRAMA DE RADIO EM FRANCÊS

Calou Gato gostava de trabalhar para a cidade, divulgando as Caldas a quem deseja visitar ou viver nas Caldas da Rainha.
A belga tem um programa de rádio na 91 FM, em francês, designado “La vie en Rose au Portugal” onde se dirige principalmente aos francófonos. Além dos eventos que acontecem na região, neste programa há uma perspectiva pedagógica pois a autora aborda questões relacionadas com a organização do poder local em Portugal e também sobre as eleições autárquicas.
A empresária propõe-se contactar embaixadas e câmaras do comércio do seu país (e de outros, já que fala inglês, francês, holandês, espanhol e português) para que entidades estrangeiras possam conhecer as Caldas da Rainha.

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