Há vários cursos de Comunicação no país, quando se vive um ambiente de grande dificuldade para os orgãos de comunicação social. E caminho para desbravar.
“Temos em Portugal uma oferta em Comunicação por distrito”, disse à Gazeta das Caldas, o investigador Pedro Jerónimo, coordenador do Laboratório de Media da Universidade da Beira Interior. O leiriense foi jornalista e, por isso, salienta que os cursos que existem são sujeitos a comissões de avaliações externas e, por isso, “são formações que têm que estar sempre atualizadas”, faltando uma maior ligação entre a academia e as empresas.
Já para Catarina Menezes, coordenadora do curso de Comunicação e Media, no Politécnico de Leiria, a área da comunicação tem crescente visibilidade e impacto social, com consequências ao nível da procura dos cursos.
“Penso que os estudantes têm hoje uma oferta de formação na área interessante, com qualidade e geograficamente diversificada”, observa. Como tal, a docente não vê que essa diversidade se constitua como um problema. “É, muitas vezes, a oportunidade de um estudante poder fazer a formação que ambiciona”, acrescentou.
Os meios de comunicação social passam hoje dias difíceis devido a vários fatores desde o preço do papel à escassez de publicidade, sem esquecer ainda a concorrência das redes sociais.
Para Pedro Jerónimo, apesar das múltiplas adversidades, o jornalista “não pode baixar a guarda e continua a ter o papel de informar com rigor, verificando sempre os factos, algo que por vezes não acontece devido à urgência de ser os primeiros a dar a notícia ao público”. O jornalista “é alguém que deve continuar a ser obcecado pelo rigor”, acrescentou. Segundo Pedro Jerónimo há, ainda, uma grande quantidade de meios de comunicação social. “São cerca de 800 meios, entre rádios, jornais e jornais on line. “A maioria tem muita necessidade de contratar mais profissionais, mas não tem meios para o poder fazer”, salienta o docente, que conta também que há regiões do país onde os meios de comunicação social deixaram de existir, algo que acontece em várias zonas do globo. “Nos EUA, este espaço está a ser ocupado por universidades com cursos de jornalismo que acabam por produzir conteúdos que informam as populações sobre os seus territórios”, disse o investigador.
Fora dos grandes centros, as alianças entre as universidades e os jornais regionais poderiam ser úteis, dado que a academia “não só formar como investigar e ajudar a desenvolver projetos conjuntos”.Pedro Jerónimo acrescenta que as universidades podem ainda ser úteis a estudar públicos, a auxiliar os meios de comunicação social a pensar em novos modelos de negócio. Desta aliança podem surgir boas ideias que aliam por exemplo o jornalismo com a tecnologia. “Há já alguns bons exemplos desta cooperação”, rematou.































