
Iniciativa decorre no âmbito das comemorações dos 200 anos da independendência do Brasil. D. José Policarpo integra Conselho de Imprensa Imaginário.
Até abril do próximo ano é possível observar no Paço dos Henriques, em Alcáçovas, no concelho de Viana do Alentejo, a exposição “Jornais Centenários do Brasil e de Portugal: Um Legado Cultural”, iniciativa com a qual se pretende assinalar os 200 anos da independência do Brasil.
Integrada no ciclo “Do Deserto de Notícias à Floresta da Memória” esta é uma mostra que reúne material relativo a 55 títulos dos dois países, que se publicam, de forma contínua, há mais de um século.
Esta exposição resulta de uma parceria entre a Câmara de Viana do Alentejo, a Junta de Freguesia de Alcáçovas, a Associação Portuguesa de Imprensa (API) e a Associação da Imprensa de Pernambuco (Brasil), disponibilizando aos interessados capas e notícias sobre jornais tão distintos como o brasileiro “Diário de Pernambuco”, fundado em 7 de novembro de 1825, considerado o jornal mais antigo de língua portuguesa, e “O Açoriano Oriental”, fundado em 18 de abril de 1835, em São Miguel, nos Açores, o mais antigo jornal em circulação no nosso país.
Uma das particularidades desta mostra é a presença de um Conselho de Imprensa Imaginário dos Jornais Centenários, que reúne retratos fotográficos de 22 personalidades do mundo da artes e do jornalismo.
Neste lote de figuras constam o caldense D. José Policarpo, cardeal patriarca de Lisboa entre 1998 e 2013, num retrato assinado pelo fotógrafo Homem Cardoso, autor da maioria das imagens relativas a este órgão que, nas palavras de João Palmeiro, presidente da Associação Portuguesa de Imprensa, pugna pela “qualidade do jornalismo e do interesse público ao longo do último século”.
Além de D. José Policarpo, integram este Conselho de Imprensa Imaginário dos Jornais Centenários nomes como o Nobel José Saramago, Amália Rodrigues, José Cardoso Pires e Maria de Lurdes Pintassilgo, entre outros vultos da cultura nacional.
Na exposição, que tem curadoria de João Palmeiro e Múcio Aguiar Neto, presidente da Associação da Imprensa de Pernambuco, também é possível apreciar a importância do tratado de Alcáçovas, assinado em 4 de setembro de 1479, entre D. João II e os Reis Católicos, que pôs fim à Guerra de Sucessão de Castela.
Candidatura à Unesco
Entretanto, o presidente da API anunciou na inauguração da exposição em Alcáçovas a vontade de candidatar os jornais centenários a património mundial da Unesco, ao abrigo do programa “Memória do Mundo”.
“Queremos que a Unesco reconheça que conteúdos de jornais escritos há mais de 100 anos merecem ser conhecidos como memória do mundo e alvo de medidas de apoio e conservação”, frisou João Palmeiro.






























