Joaquim Aleixo Martins – estive em Champigny no maior bidonville de França

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Cheguei à gare de Austerlitz e estava lá o meu irmão António à minha espera. Levou-me para Champigny, o maior bairro de lata de França, onde viviam os portugueses. Vivi numa barraca com chapas de zinco, com duas camas, uma mesa e um fogão. Felizmente, mais tarde, a minha vida mudou. Para melhor, claro.

 

Nasci em 1940, ainda no tempo da guerra. Dei os primeiros passos no Arelho (Óbidos), mas no tempo da escola eu não queria ir à escola e escondia-me nas matas para os meus pais não me obrigarem. Só mais tarde, com 15 ou 16 anos é que fiz a 3ª classe. Andei numa professora e depois fui fazer o exame a Óbidos com o professor Albino.
Eu tinha 11 anos quando o meu pai ficou paralisado com um acidente de trabalho. Por isso, comecei cedo a trabalhar no campo para ganhar a vida e ajudar a família. Éramos três irmãos.
Em 1961, tinha eu 21 anos, fui chamado para a tropa, mas livrei-me de ir para África. O meu irmão mais velho, António Aleixo Martins, estava na guerra em Angola e eu fui considerado “amparo de mãe” e fiquei por cá. Assentei praça nas Caldas da Rainha e fiz depois o serviço militar na Figueira da Foz.

 

 

 

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