Javalis destroem culturas agrícolas na região

Alguns produtores da região estão a ter prejuízos nas suas terras provocados por javalis que destroem as culturas. Milho, árvores de fruto, videiras e hortícolas, são algumas das plantações que têm sido destruídas pelos animais que se movimentam de noite à procura de alimentos e revolvem a terra.
Luís Camacho é um dos agricultores prejudicados com o ataque dos animais que, ainda recentemente, apenas numa noite destruíram grande parte de uma cultura de feijão verde na Fonte da Moira, perto da Fanadia.
“Há linhas de água com 70 metros de comprido em que não temos um único feijão inteiro”, conta o agricultor que encontrou 90% da sua cultura destruída.
O agricultor não pode aproveitar a planta existente, que é mínima, mas também tem alguma renitência em plantar de novo pois corre o risco de “voltar a acontecer a mesma coisa”. Já não é a primeira vez que os animais prejudicam a agricultura de Luís Camacho, que o ano passado perdeu cerca de 700 couves, também destruídas. O agricultor não os viu, mas calcula que serão cerca de 15 animais que estão a estragar as culturas, “pelo rasto de destruição que deixam apenas numa noite”.Luís Camacho só trabalha com hortícolas, mas também nos pomares a destruição é visível. Os javalis fazem buracos ao redor da planta e comem até onde alcançam na árvore e, no caso do milho, destroem toda a plantação.
Sempre que tem sofrido maiores prejuízos, este agricultor tem-se queixado à associação de caçadores responsável pela área, que toma conta da ocorrência. Para além disso, têm colocado garrafões de água com bolas de naftalina para os afastar através do cheiro. No entanto, já nem isso resolve, conclui o agricultor, que viu a plantação destruída mesmo junto aos garrafões colocados em redor da propriedade.
A Associação de Caçadores de S. Gregório, Vidais, Landal e A-dos-Francos tem conhecimento das queixas dos agricultores e reconhece que existem mais animais à solta pelas terras agrícolas. O presidente da associação, Mário Tavares, diz que há uma década nem se ouvia falar dos prejuízos nas terras provocados por javalis e que os animais se têm deslocado, do Norte e do Alentejo para esta zona, à procura de alimento. De acordo com o responsável, estão a ser feitas caçadas nocturnas, nos períodos autorizados pela Direcção geral de Florestas e que coincidem com a altura de lua cheia. Para além disso, estão a colocar nas terras objectos para os afastar através do cheiro e do barulho.
Mário Tavares diz tratar-se de uma situação nova para a associação e acrescenta que também os agricultores têm que ter cuidado para proteger as suas culturas.

Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt