Jantar uniu o marisco e a ginja

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O jantar juntou cerca de 60 pessoas no restaurante em Peniche | Isaque Vicente

Uma ementa em que o marisco de Peniche e a ginja de Óbidos aparecem unidos desde as entradas à sobremesa não é uma ideia comum, mas foi o mote do primeiro jantar da Profusão

O marisco e a ginja não são companheiros óbvios, mas apareceram unidos na ementa do jantar do projeto Profusão de Sabores. O repasto decorreu no dia 29 de outubro, no restaurante Profresco, em Peniche.
A ementa, desenvolvida pelo proprietário do restaurante, Luís Simões, e pela sua equipa liderada pelo chef Evandro Santos, incluía uma broa de milho com ginja e patê com ginja.
A entrada fria era um cocktail de gambas com caviar de ginja e a sopa um creme de couve flor salpicado com ginja desidratada e crocante de rúcula. Seguiu-se uma entrada quente: o camembert gratinado em ninho de massa kadaif com redução de ginja. O prato principal eram os medalhões de tamboril e amêijoas com esmagada de batata doce e espuma de ginja. No final, para sobremesa, veio uma delícia de chocolate com elas, quenelle de lima e doce de ginja. Os vinhos eram todos dos irmãos Maçanita.
“Há coisas muito giras para fazer”, afirmou Luís Simões. “O cocktail de gambas não é uma invenção, só substituímos o whisky do molho pela ginja”, fez notar. Os restantes pratos são criações de raiz.
O principal desafio foi “compensar a doçura do licor ou do fruto”.
Cerca de 65 pessoas participaram no evento. “Tivemos que recusar algumas pessoas, porque não tínhamos mais lugares”, contou Luís Simões.
Tratou-se do primeiro jantar deste projeto, que consiste em criar combinações improváveis, de preferência com produtos da nossa região. O próximo deverá decorrer na Primavera.
Já Marina Brás, da Frutóbidos, fez notar que há uns anos a empresa quis diversificar a sua produção, que era totalmente centrada no licor. “Há pessoas que não consomem álcool”, lembra, o que a levou a criar criar gomas, biscoitos, bolachas, compotas e pastéis de nata de ginja. Mais tarde decidiram aproveitar os caroços e as folhas e pés de ginja que eram desperdiçados. Os caroços são utilizados para fazer almofadas, as folhas e pés para as infusões. “Este licor pode ser levado para a cozinha e para as sobremesas, além de ser bebido num cálice ou em cocktails. É uma fruta muito pequena, mas com um potencial enorme”, salientou, deixando ainda algumas ideias de cocktails (como o ginja royale, que a mistura com espumante) e de receitas simples onde se possa utilizar este licor, como um salmão grelhado e temperado com azeite, sal e um fio de ginja, acompanhado por uma salada ou uns camarões fritos com um fio de ginja.

Um cocktail de gambas com caviar de ginja era a entrada fria deste jantar | DR
Os medalhões de tamboril e amêijoas com esmagada de batata doce e espuma de ginja eram o prato principal | DR
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