Já reabriram o Centro de Interpretação e a Casa das Conchas

0
502

Os espaços renovados começaram a funcionar esta semana, tal como o Posto de Turismo, que deixa de estar no areal

Foi em ambiente de festa que reabriu na tarde de sábado, 13 de maio, o Centro de Interpretação da Lagoa de Óbidos (CILO) situado na Avenida do Mar, na Foz do Arelho. Encerrado desde o início do ano, o espaço abre agora com uma maior diversidade expositiva. Além de dar a conhecer a apanha do marisco e os seus intervenientes ao longo do tempo, em painéis e também recorrendo ao uso de manequins e artes de pesca, apresenta uma exposição fotográfica, da autoria de João Edgar sobre as aves da Lagoa. “Quero sensibilizar as pessoas para esta paixão que tenho e para o riquíssimo património ambiental que temos junto à Lagoa”, disse o fotógrafo durante a cerimónia de reabertura do espaço.
Projeto vencedor da primeira edição, em 2017, do Orçamento Participativo Portugal, resultado de uma candidatura do Conselho da Cidade, o CILO é agora dinamizado pelas autarquias de Óbidos e das Caldas e a junta de freguesia da Foz. “Assumimos as rédeas deste projeto”, referiu o presidente da junta, Fernando Sousa, acrescentando que este passará a estar aberto entre quarta-feira e domingo, tal como o Posto de Turismo, que funciona paredes meias com o centro interpretativo.
O novo Posto de Turismo, que atualmente integra a exposição “Tantas formas de navegar”, composta por miniaturas de embarcações da autoria de Paula Cristina Peralta, irá funcionar como “casa-mãe dos museus da Foz”, fazendo a gestão da Casa Jaime Umbelino e da Casa das Conchas.
O CILO terá também serviço educativo a partir de setembro, resultado de um protocolo estabelecido com a associação PATO. “Tem todas as condições para dinamizar a Lagoa. É um espaço relativamente pequeno, mas tem representatividade, também com as exposições que acolherá temporariamente”, salientou o presidente da Câmara, Vítor Marques.

Espólio triplicou num ano
Quase um ano após a sua inauguração, também a Casa das Conchas reabriu portas, com uma coleção ampliada e que ascende a cerca de 10 mil peças. Encontram-se expostas 165 famílias de conchas, 1170 espécies diferentes, num total de cerca de 8000 conchas. Os fósseis, são cerca de 2000, que estão ainda em processo de estudo, a aguardar os dados finais, e há uma coleção de areias de Portugal e de diversos lugares do mundo, assim como um conjunto de outros apontamentos ligados ao mar.
O espaço foi ampliado e foi criada uma nova sala que integra o espólio doado pelos herdeiros de José Filipe de Moura Bragança, um naturalista de Portimão, que ao longo de 20 anos fez um levantamento exaustivo do património existente entre Lagos e Sagres. “Alguns dos materiais na exposição pretendem evidenciar o trabalho minucioso de recolha, catalogação e descrição, tais como um exemplar de um dos preciosos cadernos de registos, pequenos sacos de apoio à classificação e exemplos quase microscópicos de um mundo que, seguramente, fascinava o Eng. Bragança”, explicou Fernando Sousa. E, embora a Casa das Conchas não seja considerada um museu, seja na sua organização, seja no conceito, Paulo Granja, um dos maiores colecionadores portugueses e especialista no tema, destacou o “património fabuloso” daquele espaço lúdico e de divulgação “malacológica”.
Ana Costa Leal, mentora do projeto, lembrou que o ano passado, durante os quatro meses em que a Casa das Conchas esteve aberta, foi visitada por mais de 4.000 pessoas. Relativamente ao espólio, que tem crescido de forma exponencial, a antiga presidente do Conselho da Cidade, salienta que “mais importante que o número de conchas expostas, é a diversidade, no que diz respeito ao número de famílias e espécies representadas”.
O presidente da Câmara acredita que o espólio possa continuar a crescer, destacando a paixão dos colecionadores nesta área. ■

- publicidade -