O Programa Local de Apoio ao Comércio e Serviços prevê 15 medidas para a retoma. Desenhado pela Ernst & Young, custou 19 mil euros e foi aprovado por unanimidade na Assembleia Municipal
O Programa Local de Apoio ao Comércio e Serviços, agora apresentado, contempla medidas a serem implementadas em diversos horizontes temporais, prevendo um investimento de 225 mil euros no imediato e de 2,6 milhões de euros no curto e médio prazo.
Entre as 15 propostas de carácter imediato estão a divulgação do comércio local, incentivo ao consumo local, programa de escoamento de stocks, sistema de entregas ao domicílio e plataforma de comércio online. A consultora Ernst & Young propõe ainda, como soluções para a retoma do comércio e serviços, isenções e apoios municipais, ações de sensibilização e de formação, um programa de promoção socioeconómica, apoio à inovação, plataformas colaborativas temáticas, aposta no produto regional e a modernização administrativa.
Programa visa afirmar a vocação comercial da cidade através da criação de uma marca
A medida com um investimento mais alto, de 1 milhão de euros, é a Caldas Cidade Incubadora e consiste na criação de uma incubadora de empresas, a que se junta ainda a necessidade de revitalização das infraestruturas de rede e conetividade, assim como do programa municipal de economia circular e a adaptação de um gabinete de apoio à digitalização. Estão previstas parcerias para a maioria dos projetos, que vão desde a ESAD às juntas, passando pela ACCCRO, AIRO, entidades de formação, municípios, entre outras.
O estudo identifica ainda um conjunto de princípios de atuação a adotar pela Câmara, como o apoio e divulgação dos gabinetes de apoio aos empresários, procurando que os serviços correspondam adequadamente às suas necessidades, assim como desenvolver apoios com retorno económico e financeiro, para além dos aspetos informativos. Deve também apostar no setor primário e secundário, desenvolvendo uma estratégia que potencie e dinamize o crescimento da zona industrial, assumir o papel de interlocutor e intermediário dos empresários junto dos decisores políticos, privilegiar os fornecedores locais e regionais e fomentar iniciativas que promovam o aumento da procura e manutenção do poder de compra. A autarquia deverá ainda “afirmar a vocação comercial do concelho” através da criação de uma marca que o projete para o exterior e torne numa referência no setor do comércio.
As medidas foram bem acolhidas pelos deputados municipais, que aprovaram, por unanimidade, o programa na Assembleia Municipal de 29 de junho, mas criticaram o atraso na sua apresentação e que muitas das medidas já tinham sido sugeridas ou constam do Plano Estratégico.
Ana Sofia Cardoso (CDS) lembrou que já em abril de 2020 o partido tinha manifestado a “urgência” na adoção de medidas de apoio aos pequenos negócios e comércio local, de modo a mitigar os efeitos da pandemia no tecido empresarial atenuar a adversidade dos efeitos socioeconómicos esperados. “Depois de analisar este documento conseguimos identificar uma série de medidas que já estavam previstas no Plano Estratégico e que foram agora reforçadas”, disse, lembrando que foi a mesma empresa que os realizou.
Manuel Nunes (PS) caraterizou o plano como um “bom instrumento identificador” do que se passa no concelho e defendeu que é preciso ir mais longe no que se refere às feiras e mercados. Alertou ainda para a necessidade de se abordar o comércio alimentar, que registou um aumento do consumo, de forma diferente da restauração e comércio de retalho, que assinalaram quebras significativas.
O programa sugere o investimento de 225 mil euros no imediato, na dinamização de 15 medidas de apoio ao comércio e serviços
A “pertinência do estudo” foi realçada por Alberto Pereira (PSD), que considera dar as respostas “mais necessárias” para apoiar a retoma da economia local e defende que seja alargado a outros setores. Da mesma bancada, Filomena Rodrigues recordou que o comércio tem sido “muito acarinhado” pelo município e constitui um traço fundamental da identidade caldense, patente no Plano Estratégico.
Já Arnaldo Sarroeira (BE) congratulou-se com a existência de um programa “fundamentado”, mostrando-se, no entanto, apreensivo relativamente à monitorização da implementação. Por seu lado, Vítor Fernandes (CDU) questionou se os comerciantes da feira semanal e da Praça da Fruta estão incluídos neste apoio, se o setor primário também é afetado por estas medidas e se as grandes superfícies se manifestaram ou solicitaram apoio.
De acordo com o presidente da Câmara, Tinta Ferreira, foram tomadas medidas imediatas de apoio às famílias e empresas para fazer face à pandemia, que ainda estão a decorrer. Explicou ainda que estas medidas permitem candidatar-se a fundos comunitários para ajuda na retoma económica. ■






























