
A iniciativa, que decorreu entre os dias 21 e 26 de março, é um primeiro passo para o mapeamento cultural da cidade
Mais de duas dezenas de participantes, provenientes dos Países Baixos, Alemanha, Israel, Turquia, Bélgica, Irlanda, Canadá, Letónia e Portugal, estiveram nas Caldas, numa escola intensiva de verão a conceber e conduzir projetos de cartografia cultural.
Durante cinco dias, os investigadores realizaram entrevistas a criativos, estudantes e empreendedores e, no final apresentaram algumas conclusões, em jeito de sugestões.
A necessidade de pensar os vazios urbanos no centro na cidade e que resultam de pequenas oficinas e fábricas de cerâmica, nomeadamente nas ruas da Estação e 15 de Agosto e também no Bairro da Ponte, está no topo das propostas.
“A cidade ainda vive o impacto dessas oficinas e da ausência de uma política de ocupação do espaço de forma a valorizar o centro histórico”, referiu a consultora Mariana Calaça Baptista. Os investigadores, oriundos das áreas sociais, arquitetura, gestão cultural e indústrias criativas, deram ainda nota da ausência de um plano estratégico para a cultura num território com o potencial das Caldas.
Do encontro resultará um relatório, mais pormenorizado, que será entregue aos parceiros, nomeadamente o município.
Esta iniciativa foi organizada no âmbito do Observatório CREATOUR – Observatório de cultura e turismo para o desenvolvimento local, do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, tendo a associação Destino Caldas como parceiro local. Nicola Henriques, presidente da associação caldense, destaca a importância do trabalho desenvolvido, que deverá ser visto como um instrumento base para se criar uma política de mapeamento cultural num território. “Na minha opinião não é possível ter as políticas culturais mais acertadas se não houver um levantamento com base no que já existe e existiu”, explica Nicola Henriques, justificando que este é fundamental para a definição das estratégias públicas e privadas.
A Destino Caldas, sediada nos Silos Contentor Criativo, está a trabalhar com o Centro de Estudos Sociais de Coimbra e irá reforçar os laços com a ESAD e com o próprio município no sentido de poder “contribuir ativamente para que ações destas passem a ser uma prática sistematizada no território”, esclarece Nicola Henriques. Também Mariana Calaça Baptista revela que há “uma enorme motivação de dar continuidade a este projeto, é agora preciso encontrar as condições ideais para que essa vontade se possa concretizar”.






























