Investigadora caldense cria terço de devoção a S. Sebastião

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Margariza Rézio, que é autora do terço, continua a sua investigação sobre a Ermida de S. Sebastião

Após apresentação, terço foi doado à ULS Oeste e Capela de S. Sebastião e será um contributo para a manutenção daquele imóvel de interesse público

Depois de ter criado o terço de Nossa Senhora do Pópulo e o de Nossa Senhora da Conceição, a socióloga e pós doutorada em História Religiosa, Margarida Rézio, concebeu agora o terço de devoção a S. Sebastião.

A investigação já começou há algum tempo (e vai continuar), mas tendo já finalizado o terço, a autora optou por apresentá-lo, na tarde de 24 de julho, numa cerimónia que encheu a Ermida de S. Sebastião, situada ao cimo da Praça da República.

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“Temos de valorizar a cultura religiosa desta cidade, que é muito pouco conhecida”, defendeu Margarida Rézio, lembrando a religiosidade da Rainha D. Leonor que, na estátua que tem na cidade, executada por Francisco Franco e inaugurada em 1935, aparece com um terço nas mãos. Também o cronista da rainha, Frei Jorge de S. Paulo a caracteriza como uma “mulher orante”, lembra a investigadora.

Fundadora do primeiro hospital termal do mundo, a monarca preocupou-se não só com tratamento do corpo mas também da alma, ao “promover o passeio religioso, dentro do próprio hospital, com visita à igreja, o chamado passeio da rainha”, referiu Margarida Rézio, que entretanto descobriu informação bastante que lhe permite afirmar que a “cidade tem uma fundação religiosa”.

Referindo-se à ermida, que terá sido construída em inícios do século XVI, explicou que tem por oráculo S. Sebastião, sendo que na altura havia confrarias e procissões com uma grande expressão em devoção a este santo. No templo é contada a história da sua vida através dos azulejos que decoram as paredes.

Também presente na cerimónia o capelão do Hospital, o padre José Dionísio partilhou a história de S. Sebastião, nascido em Narbona, sul de França, em meados do século III, e que depois de ingressar na carreira militar foi nomeado capitão general da Guarda Pretoriana pelo imperador Diocleciano, que desconhecia a sua religião.

A defesa da fé cristã e a intercessão pelos cristãos perseguidos desencadeiam a sua morte, sendo representado com o corpo pejado com setas e preso a um tronco de árvore. Sobreviveu e voltou a defender os cristãos, o que originou a que fosse chicoteado até à morte. “S. Sebastião rapidamente se tornou modelo para os cristãos”, referiu o capelão, acrescentando que o seu culto, associado à proteção contra a guerra, peste e fome, começou a decrescer quando apareceu a penicilina.

Também presentes na cerimónia, o pároco caldense João Sobreiro, destacou o “zelo e cuidado” de Margariza Rézio pela história religiosa da cidade, enquanto que a presidente do conselho de administração da ULS Oeste, Elsa Baião, enalteceu o seu trabalho de dinamização do património religioso.

O terço de devoção a S. Sebastião foi doado por Margarida Rézio à ULS Oeste e Capela de São Sebastião, permitindo que a sua venda contribua para a manutenção daquele espaço patrimonial. Com um valor de 5,50 euros, encontra-se à venda no Museu do Hospital e das Caldas.

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