Um homem de 63 anos, instrutor de artes marciais e promotor de uma escola de taekwondo e defesa pessoal nas Caldas da Rainha, foi identificado e detido no dia 11 de Julho pela Polícia Judiciária, sob fortes indícios de abuso sexual de criança e posse de pornografia de menores. No dia 12 foi presente a tribunal, tendo sido libertado no dia seguinte, sujeito a termo de identidade e residência e à proibição de dar aulas e de se aproximar de menores de 16 anos.
O indivíduo está indiciado por abuso sexual de uma menor com idade inferior a 10 anos. A PJ está, no entanto, a investigar se se trata de um caso isolado ou se há outras vítimas.
Segundo informações divulgadas por aquela polícia, os abusos terão sido desenvolvidos, “pelo menos” durante o último ano lectivo, “no interior de instalações desportivas em Caldas da Rainha”.
A busca ao domicílio permitiu encontrar suportes digitais com ficheiros de imagens pornográficas de crianças, com origem na internet. Esse material foi apreendido.
ACIDENTE DE TRABALHO MORTAL NO BOM SUCESSO
Um homem de 47 anos morreu no passado dia 7 de Julho depois de sofrer um acidente de trabalho num empreendimento turístico na zona do Bom Sucesso (Óbidos), quando carregava pinheiros num camião.
O homem terá sofrido uma queda quando se encontrava em cima da carga do camião e terá sido atingido por um tronco que caiu do reboque. As causas da morte estão a ser investigadas pela GNR e pela Autoridade para as Condições do Trabalho.
Carlos Silva, comandante dos Bombeiros de Óbidos, adiantou à Gazeta das Caldas que o acidente se deu por volta das 15h30. À chegada ao local, a equipa de emergência pré-hospitalar deparou-se com a vítima em paragem cardiorrespiratória. Os trabalhos de suporte básico de vida e de suporte avançado de vida posteriormente ministrados pela equipa da VMER do hospital das Caldas da Rainha, foram infrutíferos.
No local esteve ainda uma equipa de psicólogos do INEM, que prestaram apoio aos colegas da vítima, que ficaram em choque, e também aos familiares. O homem, de Porto de Mós, completava 47 anos naquele dia.
A GNR registou no concelho das Caldas dois furtos em residências, respectivamente em Salir do Porto (8 de Julho) e em Tornada (10 de Julho). No primeiro os larápios levaram uma televisão, no segundo foram furtados vários artigos do interior da casa e um automóvel.
Na Roliça (Bombarral), foi detido no dia 6 de Julho um homem por cultivo de cannabis. O homem foi presente ao tribunal das Caldas da Rainha, mas não ficou detido. No Bombarral, outro indivíduo foi detido por injúrias a um militar da GNR.
No dia 5 de Julho a PSP das Caldas deteve uma mulher de 47 anos por injúria, ameaça e tentativa de agressão de um agente daquela polícia e por desacatos num estabelecimento comercial. No mesmo dia, a mesma força policial deteve um homem de 25 anos que tinha mandato emitido pelo tribunal das Caldas para cumprimento de 106 dias de prisão subsidiária pelo crime de furto.
Um homem, proprietário de uma embarcação de recreio, foi autuado ao largo da Berlenga por navegar sem os documentos obrigatórios, no dia 10 de Julho. Os ocupantes da embarcação também foram autuados por estarem a pescar sem possuírem a respectiva licença. No decorrer da mesma acção de fiscalização, a Polícia Marítima autuou ainda o proprietário de uma embarcação turística que navegava em sobrelotação e sem os meios de salvamento nem a documentação necessárias.
Entre 27 de Junho e 3 de Julho a GNR registou 22 acidentes de viação na região, dos quais resultaram nove feridos ligeiros. A PSP deteve em Alcobaça um homem de 40 anos que conduzia um automóvel com uma taxa de alcoolemia de 1,79 g/l, e outro de 34 anos que conduzia um automóvel sem habilitação legal.































A casa é o refúgio último de um ser humano. É no lar que se forma o cidadão, no exemplo familiar, escolar e social, se desenvolve harmoniosamente a sua personalidade e se constrói a sua cidadania. Deve ser preocupação fundamental dos autarcas locais evitar promover atividades no espaço urbano que pela sua proximidade com edifícios habitacionais possam comprometer o equilíbrio frágil mas desejado a que tem direito o cidadão no interior das sua habitação. Ruídos de vizinhança indesejados, como música, vozes persistentes, ladrar de cães são comportamentos de anti-cidadania e devem ser prontamente denunciados por todos às autoridades para atuação conforme a lei para que futuramente não tornem a suceder. Ser permissivo neste aspeto não é uma prática salutar de cidadania pois todos podem e devem defender seus direitos (e cumprir deveres) participando na PSP, fazendo reclamações, fazendo petições, queixas etc. Nasci numa época em que até as manifestações eram feitas de forma ordeira e serena, em que não se buzinava desnecessariamente no espaço público. Assiste-se hoje a uma invasão do espaço público urbano de atividades que pela sua natureza podem colocar em causa a tranquilidade, enquanto valor fundamental protegido pela lei. Estar tranquilo é saber que não se vai ser incomodado de futuro. Ruído é barulho, poluição sonora ou simples som não desejado. Amnistiar, perdoar, esquecer, deixar passar não se podem aplicar a casos evidentes de emissão abusiva de ruído, fumos, pó, vibração, em que a demora ou desleixo são causas da perda de tranquilidade, quando não configuram mesmo uma situação de ofensa à integridade física. Estar atento aos direitos e deveres implica conhece-los e lutar diariamente pela sua defesa sendo que a reclamação é condição do cidadão atento e um bem que se pratica em benefício da sociedade.
Vive-se hoje em dia numa showciedade narcísica, qual doença epidémica, individualista em que os valores passam a ser a malícia, a impulsividade, o lesar o próximo para obter sucesso fácil e rapidamente. Uma sociedade onde está na moda ser especial. A prová-lo estão os indicadores de aquecimento global que atingem recentes máximos históricos. Todos pensam no seu umbigo, obcecados pela aparência, conforto ou interesse, num culto da superioridade onde é patente a perda de empatia face aos demais, sejam os vizinhos do lado sejam as populações atingidas pela seca e fome na Somália, a milhares de quilómetros, pois o ambiente é global tal qual a cidadania. Estes novos distúrbios de personalidade passam a ser encarados como normais por uma juventude que cada vez menos formada nas Escolas na (quase inexistente) Educação para a Cidadania. Desta glorificação da ganância e na cultura do auto-interesse resultam preocupantes impactos tóxicos que muitas vezes são encarados como simples e inofensivos efeitos colaterais. Também o nosso país, inserido numa equipa de países sujeita a regras, teve um recente perdão por dívida excessiva, que é mais a oferta de um troféu para não amolgar o ego dos perdedores impossibilitando com isso que se ofendam à mínima afronta relativamente à sua suposta superioridade, por serem especiais e se considerarem sempre exceção de qualquer que seja a regra. Neste sentido, os nossos políticos não dão um bom exemplo, pois acolhem com satisfação um perdão esquecendo-se que perdão implica culpa, esta última não assumida exatamente por acharem que são especiais, que o país é especial. É natural, pois que nesta refrega, muitos direitos fundamentais dos cidadãos sejam triturados e espezinhados. A somar a este panorama constata-se a fraca preparação das autoridades policiais na defesa de valores (protegidos pela lei) mais intangíveis como a tranquilidade. Também as administrações de condomínios adotam ainda postura amadoras e pouco profissionais num sector escandalosamente ainda não regulado por entidades estatais. Não há local onde um cidadão viva em que possa ser mais perseguido e esteja mais vulnerável do que a sua casa, o seu lar, o seu ninho e último refúgio De facto, não é concebível que em pleno século 21 ainda seja possível um cidadão durante toda a sua vida, não encontrar na sua casa um ambiente tranquilo propício ao desenvolvimento harmonioso da sua personalidade, num sociedade que não aprende com seus erros e quantas vezes, em nome de uma falsa tolerância ( ou moralidade), não denuncia ou mesmo pactua em função de seus interesses umbiguistas e, nesse sentido , nem educa nem se deixa educar. Não haverá quem falte que diga que mais importante é ter casa e que o ambiente é um luxo. Além disso comprar uma vivenda isolada não pode ser uma espécie de solução baseada nalgum conceito darwinista de luta pela sobrevivência e seleção natural num estado de direito e mesmo (ainda) providencial. Espera-se, pois, que todos cumpram o seu dever, de denunciar, de autuar, de multar e de julgar casos cada vez mais gritantes de abusos que implicam perda de tranquilidade na sua casa por ruídos insistentes e repetidos provenientes de alojamentos vizinhos ou de atividades, autorizadas ou não na via pública, pelas autoridade camarárias.
Uma das razões para se sair de casa é o seu desconforto devido à falta de tranquilidade e sossego e disso se aproveitam tantas atividades e clubes lucrativos. Daí se depreende o interesse de muitos em afugentar a ideia de tranquilidade associada à função de habitar e de tornar normal uma showciedade em permanente bulício, ruidosa e caótica. Da mesma forma que ligar o ar condicionado só agrava o problema do aquecimento global, sair de casa para frequentar ginásios ir a festas e discotecas ou catedrais de consumo, tirar selfies e atualizar de hora a hora as plataformas online, numa urgência contínua de se auto-promover, apenas revelam o descontentamento e a necessidade excessiva de mostrar o quão perfeita é a sua vida apresentando retratos irrealistas de si mesmos, com picos narcísicos já aos sete anos de idade. Na prática, saímos de nossa casa para estar na casa de outros, para colher afeto atenção pois não sabemos estar sós e na casa dos outros encontramos os mesmos ou piores problemas da nossa própria casa e facilmente somos manipuláveis na satisfação de interesses alheios. Afinal são os negócios de outros que acabamos por sustentar descurando a nossa própria “empresa”. Uma educação cívica efetiva deve ser conducente a que o cidadão, conheça e lute pelos seus direitos (e cumpra seus deveres) a um ambiente são e equilibrado onde a sua personalidade se possa desenvolver de forma também saudável e equilibrada. Talvez assim possa estar mais tempo em casa, comprar uns pesos e fazer ginástica caseira, ter sossego e silêncio suficiente e necessário para ler um bom livro mesmo de janelas abertas, educar pelo seu exemplo, fazer mais festas (e mousse de chocolate) caseiras, ou desenvolver um talento em alguma atividade artística promissora. A sociedade agradece.