Se eu fosse um turista à procura de informações, o que me diria? – Esta a pergunta colocada pela Gazeta das Caldas no posto de turismo da cidade. A funcionária colocou um mapa em cima da mesa e indicou uma rota a seguir: Rua das Montras, Praça da Fruta, Chafariz, Hospital Termal, Parque e as lojas de louça e doçaria em frente. Pelo caminho traçado foi indicando todos os museus que nessa mesma rota se encontram.
Já informação sobre restauração, não havia.
Está a ser desenvolvido um mapa com os restaurantes da cidade, respondeu a funcionária, disponibilizando- se para indicar, desde logo, alguns. Foi para colmatar esta falha institucional que Carlos da Costa, responsável da empresa Arcadia Design, desenvolveu um mapa da cidade onde contempla, para além de pontos turísticos, negócios locais como restaurantes, cabeleireiros, hotéis, entre outros. Este designer auto-didacta regressou a Portugal em Setembro depois de ter vivido 26 anos no estrangeiro. Licenciado em Línguas, emigrou quando tinha cerca de 20 anos. Começou pela Inglaterra para “fazer o que qualquer jovem inglês faz: trabalhar numa cadeia de fast food.” Mais tarde trabalhou numa empresa de estudos clínicos e numa outra de organização de eventos, que lhe permitiram conhecer o mundo: Brasil, Egipto, Japão, Tailândia, entre outros. Acabou por se fixar em Barcelona, onde nasceu o seu filho. Nesta cidade espanhola esteve ligado ao marketing e aos estudos de mercado. “Um mapa deste tipo é uma coisa muito normal lá fora”, contou. Quando chegou às Caldas a primeira coisa que fez foi ir ao Turismo perguntar pelo mapa da cidade, mas o que conseguia eram exemplares muito pequenos ou fotocópias. “Não pode ser!”, exclamou. E foi daqui que surgiu a ideia. José Eloy, proprietário do Maratona, foi um dos empresários que participou nesta iniciativa. “Quando vou a uma cidade a primeira coisa que tento procurar é um mapa”, disse à Gazeta das Caldas.
O empresário diz que considera o roteiro “uma forma fácil de chegar ao turista que venha visitar as Caldas pois quando chegamos a um sítio sem referência nenhuma, se nos aparecer um mapa com indicação de restaurantes a procura torna-se muito mais fácil”. Por seu turno, Carlos da Costa conta que quando propôs ao posto de Turismo e à Câmara fazer um mapa para a cidade, encontrou uma série de dificuldades e responderam-lhe que já existia uma aplicação de android. “Mas se considerarmos que só 30% da população europeia usa android (em Portugal muito menos) e que quando vamos ao estrangeiro não se descarregam aplicações porque sai muito caro, então estamos conversados…”. Em contrapartida, a vantagem do mapa físico é que consegue chegar a cem por cento da população, turistas e não turistas.
Os objectivos da criação deste roteiro, considerado “um bem necessário para as Caldas” por parte do autor, passam também por “dar uma saída ao comércio tradicional que assim pode ir de mão em mão até ao estrangeiro.” Mas a escolha pela zona prende-se também com factores familiares. Carlos da Costa já conhecia as Caldas da Rainha, visto que a sua mãe viveu nesta cidade durante muitos anos.
Esta é uma iniciativa privada que não contou com nenhum apoio oficial. Carlos da Costa contou que não valia a pena perder mais tempo junto da Câmara e decidiu seguir sozinho. Este projecto, distribuído nos estabelecimentos que aderiram, nos hotéis, nos postos de turismo e noutros estabelecimentos, envolve entre 3000 a 4000 euros.
O empresário confessa à Gazeta das Caldas. que “a maior dificuldade é a de sempre, é a falta de apoios” e que, se existissem, isso permitiria que o número de exemplares distribuídos fosse bastante maior e assim chegasse a mais público.
Um novo projecto está para sair em breve. Trata-se de um mapa de zonas de desportos náuticos e golfe que terá especial incidência no Baleal, Ferrel, Praia d’el Rei e na Lagoa de Óbidos.
Isaque Vicente
ivicente@gazetadascaldas.pt































